Também as grandes marcas ocidentais de roupa podem ficar com os seus texteis manchados de sangue. O barato pode sair-lhes muito caro em vidas humanas, de mão-de-obra barata, a nova escravatura os países pobres.
Para não pagarem salários justos aos trabalhadores, as grandes marcas "deslocalizam" as fábricas dos países europeus para países asiáticos onde homens, mulheres e crianças são infamemente exploradas, trabalhando em condições por vezes sub-humanas, com salários de miséria que mal lhes permitem sobreviver, para fazerem as peças de vestuário que são vendidas pelas empresas, com enormes lucros, no Ocidente.
Se ao menos tragédias como esta despertassem a consciência e a indignação dos consumidores e os levassem a boicotar estes novos esclavagistas, como a H&M e a GAP ou a Primark e a Mango.
O Rana Plaza, edifício que albergava cinco fábricas têxteis que forneciam marcas ocidentais, ruiu no passado dia 24 de Abril. Operações de resgate recolheram 1039 mortos e o número continua a subir
Mais de 2.500 pessoas foram resgatadas imediatamente após o desmoronamento, que aconteceu no passado dia 24 de Abril. Cerca de 1.000 encontram-se em estado grave e a recuperar de lesões complexas e de amputações de membros feitas no local por serem consideradas a única opção viável para retirada de muitos sobreviventes dos escombros.
O colapso do edifício Rana Plaza, construído com o objetivo de funcionar como centro comercial mas utilizado como fábricas têxteis com mão-de-obra barata para fornecer marcas ocidentais famosas como a Primark ou a Mango, terá acontecido devido à fraca estrutura do edifício e ao uso de maquinaria pesada e geradores de alta potência que a danificaram.
Embora já tivessem sido emitidos avisos acerca de eventuais problemas de segurança do complexo fabril, a produção continuou, dando espaço à tragédia. Entretanto, os responsáveis pelas fábricas e o dono do edifício foram detidos, à semelhança de especialistas que tinham atestado a segurança do Rana Plaza.
Os trabalhos de remoção dos escombros deverão prolongar-se, pelo menos, por mais uma semana, pelo que o Ministério do Interior do Bangladesh estima que o número de mortos confirmados possa continuar a subir.
(adaptado de Boas Notícias)
(adaptado de Boas Notícias)
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