26/12/2009

Desde o Minho, o pássaro da manhã...

Nesta manhã, o sol entrou-me pelas janelas e com ele vieram as palavras dessa poetisa que se esconde por trás dos gestos de todos os dias e dos múltiplos papéis da vida em que se desdobram as mulheres.
Todavia, a voz subterrânea e íntima de Isabel é mais forte do que todas as vozes do quotidiano, impossível de silenciar, desassossegada, irisada e poderosa como o caudal do rio que banha a sua cidade.
Saboreio-a como um refresco e sei que o dia já não pode correr mal.
Obrigada, Isabel, poetisa encoberta das Terras do Norte, cuja paisagem nos oferece feita pintura e poema. Aqui a tendes:

DESDE O MINHO...

O pássaro da manhã tinha lona de falua nas asas e milho-rei no bico.
Eu estava sentada no meu castelo de pedras rumorosas a vigiar o
nascente. Cada minuto de espera era um acento, um risco de chuva. Eu anelava por aquele novelo de luz para rutilar a minha tristeza.

Ao longe, pelos caminhos núncios da aldeia, vinham as mulheres com cabazes de trabalho nos braços e com o credo na boca. Se uma aragem lhes desalinhava as madeixas do cabelo arruçado, logo ajeitavam o lenço delido na cabeça e pregavam os olhos nas tranças que escorriam pelas ladeiras dos corpos tenros.

As raparigas que esvoaçavam além,entre as flores rasteiras e cheirosas que bordejavam a biqueira do rio, livravam-se das alparcatas do medo e derriçavam palavras mudas nas águas translúcidas. Depois, inundavam o tempo no macramé das hortas e faziam da terra o ventre das suas vidas.

O pássaro da manhã aninhou-se no meu castelo para encher de azul as linhas que escrevo e espigar o sonho da noite escura.

Navegadora,

Estendo-lhe as minhas mãos, os dedos entrelaçados de gratidão.

Os meus filhos ofereceram-me neste Natal o filme que não pude ver no cinema: "O Leitor". Hoje de manhãzinha, deixei-me ir pelas imagens, para desvendar se o destino era um acaso na vida daquelas personagens.

Um beijinho. Um sorriso.

Isabel

Valença do Minho, 26 de Dezembro de 2009


Sou eu que lhe devo gratidão, querida Isabel, e um grande beijo de amizade.

25/12/2009

Erro na minha Página

Alguns dos meus Leitores devem ter-se apercebido de um erro na minha Página: por lapso, de que peço desculpa, o link para o podecast Fantástica Aventura, com a crítica da Dra. Elsa Rodrigues dos Santos, Presidente da Sociedade de Língua Portuguesa, estava trocado, remetendo para a entrevista da Ana Aranha, tendo sido já corrigido e pode ser também ouvido Aqui.

Feliz Natal, Amigos, espero que tenham passado uma boa Consoada e comecem a preparar uma Passagem de Ano bem animada!

24/12/2009

Tempo de Luzes - Maria Teresa Horta


A minha querida amiga Maria Teresa Horta, uma das maiores poetisas portuguesas de todos os tempos, e uma espantosa Mulher a quem muito admiro, enviou-me este poema de Natal que eu dedico a todos os meus amigos, para que se encantem como eu com a magia das suas palavras e imagens. Desejo-vos uma alegre e pacífica consoada. Obrigada, Maria Teresa Horta!

Tempo de Luzes

É um tempo coado
de azevinho.
Com odores de doce

e de memória

O colo da mãe
em desalinho.
A cor da ternura

na demora

É um tempo de luzes
e de linho.
Com sussurros

de cristal e de romã

Lonjura que nos traz
o som de um sino.
Onde o sonho se mistura

com a manhã

Maria Teresa Horta
Natal 2009

Desde o Minho, com a chuva a salivar as ruas...

Há palavras que nos acalentam como línguas de fogo à lareira, quando o inverno nos agride com violenta zanga. Há frases que nos fazem cerrar os olhos para as ver e ouvir melhor com o coração ou a alma.

Desde o Minho, me chegou de novo a voz singular da minha íntima-desconhecida Isabel. É este presente de Natal que desejo partilhar com os leitores, por ser demasiado belo para ficar apenas comigo. Aqui o tendes:

Navegadora,

O sino da igreja roça a clarabóia do luar. A névoa é espartilho nos caminhos da aldeia. Desde as janelas aprecio as grinaldas com luzes de ir e vir a chamar pelo Natal. Imagino mãos-meninas a remexer fantasias. E o bafejo do silêncio a inaugurar um novo conto. O Dezembro é a inexperiência dos sentimentos. Escreve-se com linhas de açúcar e canela. Liquefaz-se na boca e alimenta o sonho que se quer fermentado.
Boa noite, Navegadora!

Hoje pelas sete e pico da manhã já trazia um braçado de lenha, desde a paisagem vidrada pelo gelo, para acender a lareira. Depois bebi o meu leite bem quente com café, na caneca verde, e comi um bolo de arroz.

Ali ao pé da chama e aquelas línguas de fogo a lembrarem dióspiros. É no silêncio da casa e no estremecer da aurora que eu me sinto felizarda. Leio, escrevo, ou penso tão simplesmente.

É para mim um privilégio ter as minhas palavras no seu blogue. Muito obrigada! Eu sou forasteira nestes balcões de letras. Não possuo nenhum. Muito obrigada pelo seu afago!

Trouxe-me um sorriso e um semicerrar de pálpebras, Navegadora.
Um beijinho.
Um doce Natal e para 2010 uma frota destemida, pelo mar adentro das palavras sábias.

Isabel
.

Obrigada, Isabel. Quem dera que este espaço, o meu cantinho de intimidade com os amigos que me visitam, fosse esse balcão de letras para registo das suas palavras, animando-a a outros voos que se adivinham de grande fôlego. Era uma honra para mim e seguramente um prazer para os que amam a palavra escrita e a alma que nela pensa e sente.
Feliz Natal, poetisa encoberta, obrigada por este presente de Boas Festas!
E que em 2010, na destemida frota, seja a Isabel um piloto a descobrir a sua rota nesse mar das palavras sensíveis que a habitam. Um beijo, desde Lisboa.

23/12/2009

O que dizem os Críticos

Na 2ª feira, dia 21, ao dar uma volta pelas livrarias (e grandes superfícies) do Colombo e da Baixa lisboeta, para fazer as últimas compras de Natal,apercebi-me, com uma satisfação mesclada de grande frustração, de que os exemplares d'"O Espião de D. João II" se tinham esgotado e, segundo me disseram os responsáveis, só voltariam a aparecer depois do Natal!

Aparentemente os livreiros ainda receiam apostar em mim... apesar da evidência de que tenho cada vez mais leitores, e a prova está no facto da editora Ésquilo estar a preparar uma 2ª edição para sair em Janeiro.

Como consequência deste sucesso, venho aqui agradecer aos jornalistas e críticos que, com as suas palavras, promoveram o meu romance de forma espontânea e desinteressada, citando algumas dessas frases de apreço, para conhecimento dos meus Leitores:

«A Deana tem sido demasiado discreta, não tem aparecido nos grandes encontros, o seu nome não tem feito o burburinho que eu acho que merecia.
Ao ler o seu livro esqueci-me do lápis que, enquanto crítica, uso sempre que comento uma obra.».
Helena Barbas (Docente da Universidade Nova de Lisboa e crítica literária do semanário Expresso.)

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«Outro aspecto importante desta obra O Espião de D. João II) é a linguagem que se reporta à época do Renascimento, (…) própria de um escudeiro da baixa nobreza real que se assemelha à linguagem antiga da Beira Baixa, contribuindo para o enriquecimento do léxico e para a qualidade da narrativa.
D. B. nestas quinhentas e tal páginas consegue não fatigar o leitor, pelo interesse que suscita, ao mesmo tempo que nos oferece valiosas lições históricas, pondo em realce a figura do rei D. João II como um grande monarca, prestigiando este género de romance histórico e a Língua Portuguesa, não só pela trama urdida, como pela elegância e sobriedade do estilo.».
Elsa Rodrigues dos Santos (Presidente da Sociedade da Língua Portuguesa)

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«O Espião de D. João II" de D. B. (Esquilo, 2009) é um romance baseado em factos reais, que nos permite acompanhar a viagem de Pêro da Covilhã até às terras do Preste João. Transpondo para os dias de hoje a imagem de um “agente secreto”, travestido de James Bond ou de Indiana Jones, a autora não comete o erro do anacronismo e procura (…) transmitir ao público o ambiente geral do final do século XV, com uma evidente vivacidade (…), o que permite ao leitor acompanhar o relato sem perder a atenção bem desperta.
(…) Estamos, assim, perante um romance histórico que é, a um tempo, livro de viagens e relato de aventuras. E como diria o Padre Álvares: “todas as cousas a que o mandaram soube, e de todas deu conta”. Quem melhor poderia sublinhar esta preocupação? Esta é a melhor homenagem que pode ser feita a Pêro da Covilhã, cuja memória parece ir-se desvanecendo, apesar da sua importância fundamental.».
Guilherme d’Oliveira Martins (Presidente do Tribunal de Contas e do Centro nacional de Cultura)

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«Agradeço-lhe desde já o prazer que tive em a conhecer e poder falar consigo.
Afinal, devo-lhe muitas horas boas a "viajar" no tempo e a viver aventuras com heróis nacionais por esse mundo fora e por esse Portugal Histórico... assim sabe bem aprender o nosso passado, e se não o soubermos e acarinharmos não teremos um futuro digno!
Em breve serão os meus filhos a poder lerem-na e a vibrar com os seus aventureiros!
Bem-haja...e continue sempre a dar-nos estórias emocionantes da nossa História!».
João Paulo Sacadura (Jornalista da TVI24 / LIVRARIA IDEAL)


Para todos, a minha imensa gratidão! São frases laudatórias que alguns Leitores reputarão talvez de excessivas e me acusarão de deixar, debaixo do tapete do esquecimento, as críticas negativas. Todavia, por impossível que possa parecer, ainda não recebi qualquer crítica negativa e asseguro-vos, desde já, que aqui as porei assim que as receber.

21/12/2009

Vencedores do Passatempo Ésquilo/Marcador de Livros

Tenho o prazer de informar que terminou ontem, dia 20 de Dezembro, o passatempo "O Espião de D. João II", que contou com um total de 127 participações.

Os vencedores, a quem envio parabéns, foram:

Amália da Graça Barreiro Simões,
André Oliveira
e Teresa Duarte

Agradeço, de todo o coração, o interesse e entusiasmo dos leitores que concorreram ao Passatempo e não foram bafejados pela sorte.

Um especial agradecimento também ao editor da Ésquilo, Paulo Alexandre Loução, e ao blogue Marcador de Livros na pessoa de Maria Manuel, a mentora e alma desta iniciativa.
Bem hajam!

Feliz Natal e um magnífico Ano de 2010 para todos.

20/12/2009

Belmonte e um Museu dos Descobrimentos

Terra antiga, habitada desde os tempos da Pré-História, obteve foral próprio de D. Sancho I, em 1199, porém, vai adquirir maior relevo, a partir do século XV, quando a sua história se começa a fundir com a história da família dos Cabrais e posteriormente com a dos judeus e cristãos-novos que ali buscaram refúgio.

É, no entanto, com Pedro Álvares Cabral que Belmonte vai entrar com maior pompa e circunstância na grande Epopeia dos Descobrimentos, quando o capitão-mor da segunda armada que el-rei D. Manuel envia à Índia, se desvia da sua rota e concretiza o polémico “achamento” das terras do pau-brasil, um Novo Mundo para a coroa Portuguesa.

Quinhentos e nove anos mais tarde, Belmonte concretiza, por fim, o longo anseio de dar a conhecer esse passado riquíssimo, não só no presente mas também para as gerações vindouras, criando um núcleo museológico de notável interesse, com visitas guiadas por gente conhecedora e apaixonada por tão rico património: O Castelo com a sua preciosa janela manuelina; a antiga judiaria, a sinagoga e o Museu Judaico; a Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais; o Museu do Azeite, o Ecomuseu do Zêzere e, por último, a peça que faltava: O Centro Interpretativo à Descoberta do Novo Mundo

É deste Centro Interpretativo que vos quero falar, por ser uma obra original, apelativa e espectacular, em termos de tecnologia digital de ponta, que conta a Historia do achamento ou descobrimento do Brasil, como um filme em que os visitantes participam, não só enquanto espectadores, mas sobretudo como actores, desde que se predisponham ao jogo interactivo que as imagens e os botões, ao alcance de um clique, lhes propõem com muito saber, imaginação e graça. Crianças e adultos poderão meter-se na pele do navegador, sentir os balanços da caravela ou da nau até ao enjoo, informar-se sobre aparelhos e técnicas de marear, sofrer uma tempestade e naufrágio, avistar o Novo Mundo, ouvir-lhe os sons distintos, conhecer os seus produtos, trocar presentes com os seus naturais e até dançar ao som de estranhos instrumentos.



Uma viagem lúdica, maravilhosa e profundamente didáctica, diria até de visita obrigatória para as escolas portuguesas. Os estudantes vivê-la-ão como um filme ou um gigantesco jogo de computador, enquanto aprendem a nossa História. Encantou-me a visita e não regateei elogios à gentilíssima guia que me acompanhou e ao meu marido, nessa tarde tremendamente chuvosa de Belmonte.

No entanto, passado algum tempo, apercebi-me de que me faltara algo, de que só vagamente me dera conta, durante a visita: faltava (com raras excepções como a pia baptismal na entrada) a magia e a emoção que conferem a presença de objectos coevos, desses vestígios verdadeiros do Passado, que nos transportam, mais do que um filme ou uma foto, para a vida de épocas remotas, porque foram usadas e serviram a gente viva como nós e, por isso, têm alma e nos comovem, como aqueles objectos da exposição Encompassing The Globe – Portugal e o Mundo, do Museus de Arte Antiga.

Ter uns tantos objectos reais distribuídos estrategicamente pelas salas a reforçar as imagens e as descrições, como por exemplo, um astrolábio exposto enquanto as imagens e o áudio ensinam para o que serviu e como se usou. Enquanto não tiver esses testemunhos autênticos do Passado, o Centro Interpretativo da Descoberta do Novo Mundo, não poderá ser considerado um Museu, na verdadeira acepção da palavra. Espero que com o tempo (abriram há poucos meses e já contam com um número impressionante de visitantes) isso possa acontecer, porque têm espaço, os seus colaboradores têm vontade e dedicação e todos nós sabemos que há, em muitos armazéns poeirentos, milhares de objectos coevos. O Centro Interpretativo precisará seguramente de dinheiro para os obter e fazer as suas exposições com segurança.

Se há sempre tanto dinheiro para estádios redundantes de futebol, não poderá haver também uma pequena parcela do bolo para os museus? Quando teremos neste país, pioneiro da Globalização, da Descobertas e da Cartografia do Globo, um verdadeiro Museu dos Descobrimentos?

19/12/2009

O que dizem os meus Leitores

A minha escrita é partilha e cumplicidade entre mim e os meus leitores. Proporciona-me também uma aliciante troca ideias e de conhecimentos. Os meus leitores, com as suas mensagens ou a sua presença nas nossas tertúlias e encontros, fazem-me viver intensamente, umas vezes divertindo-me, outras comovendo-me e animando-me, ou ainda questionando-me e confiando-me as suas angústias e esperanças, com a sinceridade que se tem para com os verdadeiros amigos, enchendo-me sempre de gratidão.

Procuro comentar ou responder aos seus autores, sempre que vejo uma menção às minhas obras em blogues ou nas redes sociais da Internet. No entanto, gostaria de registar neste lugar de Conversa com os Leitores, algumas das muitas mensagens que me encantaram, quer pela graça quer pela emoção ou o enlevo, esperando não cometer uma inconfidência, pelo que porei dos autores apenas o primeiro nome, para salvaguardar a sua identidade.

Assim, deliciei-me com este “desabafo” que descobri num blogue de amantes de livros:

Diogo - Antes de falar sobre livros uma pequena inconfidência sobre os autores deste blog. Todos nós sem excepção temos o sonho de publicar os nossos livros; todos nós escrevemos e, uns mais outros menos, todos temos as nossas histórias alinhavadas...

Vem isto a propósito de quê?
Faço esta inconfidência por causa deste livro publicado pela Ésquilo "O Espião de D. João II" de Deana Barroqueiro.

Nos últimos quatro anos reuni informações dados biográficos sobre uma das mais importantes e mais esquecidas figuras da época dos descobrimentos portugueses: PÊRO DA COVILHÃ. E quando já tinha tudo pronto quando comecei a escrever e a alinhavar as ideias vem-me parar às mãos este livro: O Espião de D. João II.

E esta é a história que eu ia contar. A viagem de Pêro da Covilhã até à Índia e a demanda pelo reino do Preste João. (Eu talvez tivesse abordado um pouco mais a juventude dele em Espanha ao serviço de D. Juan de Guzman mas se já assim o livro tem para cima de 500 páginas se fosse incluir essa fase em detalhe seria um romance interminável).

O livro é excelente mas uma palavra à autora:
- Depois de me ter "roubado" a ideia e de ter escrito o "meu" livro (melhor do que eu poderia escrever) só lhe posso dizer uma coisa: ODEIO-A ...
.

***

E um escritor pode até sentir inveja de uma leitora que escreve deste modo, em dois luminosos momentos:

Isabel - Navegadora Deana,

Venho com um sopro de letras na boca,

Um livro quando nos finca no assento e nos vasculha a alma
é porque tem vida lá dentro a contar o momento anfíbio, de lágrimas e pele.

Estrépito nas linhas, verde e caruma na volta do capítulo, coalhos de névoa madrugadora em coincidências de nós, gomos marsupiais do dia ido, adágio dos sentidos na esquina dobrada do papel, até ao próximo encontro.

Obrigada por escrever.

Mimos que se entregam de mãos abertas.

Desde o Minho, com a chuva a salivar as ruas, a ensopar os campos e a entristecer o rio.

(…)

Então, naquele instante...

O azul da flor fugiu da aba do chapéu, onde o menino doou ternura, e não mais foi preciso colírio nos olhos. Era uma manhã morna, daquelas que descrevem nas gotas de chuva que arpoam a vidraça, o ronco lento do comboio. Os olhos madrugadores e os dedos capitães faziam os sonhos voar. Estremunhada entre os lençóis verdes do campo e o rezento das pedras dos carreiros, onde os chocalhos das ovelhas e o cajado do homem rude, premeiam a vida na aldeia, escrevo. É o meu amparo. Muito obrigada Navegadora Deana, pelas suas palavras.

Antes de "O Navegador de Passagem", era refém dos horários escolares da minha filha mais nova, depois encontrei-me com o Bartolomeu Dias e agradeci o tempo, o retardar do relógio. Deixei de me pasmar com o vaivém da estudantada que remói as palavras, como cardos.

É mais feliz quem tem o prazer de ter um bom livro por companhia. E quem acha ventos mareiros... para levar palavras.

Navegadora Deana, estou a ouvir Beethoven, quando a tarde está escura e fria neste Alto Minho. Daqui a pouco vou beber um chá e ler defronte a uma janela, com as cortinas repuxadas para o meu mundo entrar.

Um beijinho e o meu sorriso
.

***

A minha eterna gratidão, Amigos Leitores!

16/12/2009

Resultado do Passatempo Segredo dos Livros

Embora com atraso, devido ao turbilhão da minha vida, nestes dois últimos meses, aqui venho dar os meus parabéns aos três leitores que, de um total de sessenta e nove, concorreram ao passatempo que a Editora Ésquilo e o Segredo dos Livros fizeram sobre O Espião de D. João II.

Os vencedores foram:
- Amália Barreiro, Santa Iria da Azóia
- Pedro Serra, Bombarral
- Gabriela Almeida, Coimbra
e irão receber em sua casa, um exemplar do livro "O Espião de D. João II".

Agradeço, sinceramente, o interesse mostrado por todos os participantes, lamentando a sorte dos que não foram contemplados e lembrando-lhes que está a decorrer um novo passatempo com a mesma obra, no Marcador de Livros, de parceria com a Editora Ésquilo.

Não deixem de concorrer, que esta 1ª edição está quase esgotada!

15/12/2009

Passatempo Ésquilo 2: O Espião de D. João II

O blogue Marcador de Livros, em parceria com a Editora Ésquilo, lançou um passatempo, onde serão oferecidos três exemplares deste livro. O desafio decorre até às 23.59 h. do dia 20 de Dezembro.
Vejam como participar AQUI

10/12/2009

“O Espião de D. João II” é homenagem à Beira

*Pêro da Covilhã foi fabuloso espião de D. João II. Um
James Bond das Descobertas. Romance histórico fá-lo herói.


“Este livro é da Beira e para a Beira. É uma homenagem à Beira”, disse sábado, no Fundão, a escritora Deana Barroqueiro, na apresentação do seu último romance, O Espião de D. João II.



Autora de cerca de duas dezenas de obras, Deana Barroqueiro tem-se afirmado como voz singular do romance histórico, de que D. Sebastião e o Vidente e O Navegador da Passagem, este dedicado a Bartolomeu Dias, são casos que mostram bem uma capacidade efabuladora alicerçada em rigorosa investigação histórica, que sustenta a expressão ficcional. Essa faceta foi posta em destaque por Adelaide salvado, que apresentou O espião de D. João II, que considerou ser “romance histórico, mas também livro de viagens”. Sublinhando fazer uma leitura com enfoque de geógrafa, a investigadora deteve-se nas personagens e nos sítios descritos por Deana Barroqueiro que, disse, “povoam de sortilégios o nosso imaginário”.

Adelaide Salvado lembrou que “a vida real deste beirão do século XV, Pêro da Covilhã, foi sempre marcada pela aventura” considerando que Deana Barroqueiro “extraiu de todas as fontes, com subtileza, algumas realidades e ficção, filtradas pelo olhar e o mundo da autora”. Na inteligente leitura que fez de O Espião de D. João II, Adelaide Salvado enfatizou “a poética beleza da descrição das paisagens”, dando voz ao próprio livro, onde a figura de Pêro da Covilhã “assume grandeza de herói, mas de um herói muito especial, com dimensão universal, na revelação de um diálogo inter-religioso”, que é, também, um traço singular deste livro. Tudo conjugado numa escrita, cujo “fio narrativo prende, com grande força, o leitor”, concluiu Adelaide Salvado.

Antes, o responsável da editora Esquilo, Paulo Loução, tinha falado da inovação da obra de Deana Barroqueiro que, no final, agradeceu, lembrando a figura de Pêro da Covilhã na “sua demanda dos segredos do Oriente e do misterioso Reino do Preste João”. Na sua longa peregrinação de cerca de seis anos pelas regiões do Mar Vermelho e costas do Índico até Calecut e, também, pela Pérsia, África Oriental, Arábia e Etiópia, descobrindo povos e culturas em lugares hostis. Pêro da Covilhã “na pele de um enigmático mercador do Al-Andalus realizou proezas admiráveis”. Eis a vida do nosso James Bond das Descobertas.

(Jornal do Fundão 10/12/2009)

03/12/2009

Vista à lupa...

A entrevista feita por João Paulo Sacadura para o Programa Livraria Ideal, da TVI24, já está online AQUI. É só fazer correr as miniaturas dos entrevistados até ao dia 30/11. Ficarão a conhecer-me muito melhor!


Foi um prazer, para mim, esta conversa com João Paulo Sacadura que, além de ser um grande profissional na preparação do seu trabalho, através de muita pesquisa e leituras, é um óptimo comunicador e consegue mostrar aos espectadores o melhor dos seus entrevistados, levando-os a "sentir-se em casa" e a responder-lhe com a mesma naturalidade ou sinceridade com que se fala a um amigo, esquecendo-se até de que estão num estúdio de televisão.

"...devo-lhe muitas horas boas a "viajar" no tempo e a viver aventuras com heróis nacionais por esse mundo fora e por esse Portugal Histórico... assim sabe bem aprender o nosso passado, e se não o soubermos e acarinharmos não teremos um futuro digno! (e em breve serão os meus filhos a poder lerem-na e a vibrar com os seus aventureiros!)" - disse-me off-record.

São palavras que eu vou guardar no meu baú de recordações, enquanto o tempo da memória mo permitir.