Esta rubrica (em título), do meu blogue Conversa com os Leitores, foi criada para eu poder comunicar com quem não tem Facebook, uma rede que utilizo diariamente, em detrimento do blogue, porque a troca de mensagens é rapidíssima e, portanto, mais fácil para estabelecer um diálogo quase instantâneo com os nossos interlocutores.
"O que dizem os meus leitores" é o lugar privilegiado para me escreverem as suas impressões e as suas críticas, fazerem perguntas ou pedirem esclarecimentos sobre os meus romances, permitindo-me assim reflectir sobre o meu trabalho para tentar escrever cada vez melhor.
Se a mensagem chega por e-mail, peço ao seu autor licença para a publicar neste espaço e, assim, partilhá-la convosco, meus amigos na escrita e na vida. Como esta que recebi ontem do leitor João Ribeiro e me encantou:
"Olá,
Venho por este meio, simultaneamente,
felicitá-la e agradecer-lhe pelo seguinte motivo. Ter escrito "D.
Sebastião e o vidente". Estou a menos de dez capítulos de acabar a obra.
Adorei. A história é já por si trágica e apaixonante mas a sua escrita faz-nos
estar presentes no momento, obrigado por isso. Cada página que leio
transporta-me para a realidade do que aconteceu.
Não consigo no entanto, perder
a esperança que talvez, afinal, tudo irá correr bem e que nós ganhámos a
batalha, que o desastre de Alcácer Quibir nunca aconteceu.... Que vou ler um
capítulo que explica a verdade em que saímos vitoriosos da batalha... Sou assim,
vivo a vida entre o real e o fantasioso.
Não conte a ninguém mas provavelmente
vou chorar quando acabar o livro. Fico sempre sensibilizado com as desventuras
deste nosso maravilhoso País. Não fosse os grandiosos feitos que alcançámos
andaria sempre deprimido. Não fosse isso e o facto de acreditar, acreditar
sempre que nos vamos levantar e seremos melhores do que alguma vez fomos.
Mais
do que a felicidade que desejo para mim, para os meus ou mesmo para o mundo
desejo acima de tudo, Portugal.
Tudo de bom para si Deana.
Do leitor,
João Ribeiro"
2 comentários:
A minha resposta ao Leitor João Manuel Ribeiro:
Caro João Manuel
Eu é que lhe fico imensamente obrigada pela sua mensagem, por me fazer saber que gostou do meu livro e pelos termos em que o faz. Bem haja!
Por outro lado, o seu texto é delicioso, por essa espécie de ironia melancólica com que observa o nosso desgraçado Portugal (e o Mundo) e cuja visão eu partilho.
Lamento que o final do romance não lhe vá concretizar as esperanças de um volte-face luminoso, uma epifania! Embora seja um daqueles raros capítulos em que me senti realizada como escritora (que nunca está contente com o que escreve), a minha história não podia ter um final feliz, porque então o romance e/ou a personagem do Desejado perderia toda a sua coerência.
Ficciono sem desvirtuar a História, por uma questão de honestidade intelectual e por respeito aos leitores para quem escrevo, os quais são a minha máxima prioridade, por fazerem de mim uma escritora e me darem vida, porque sem a escrita eu estiolo e morro. Preciso tanto de escrever como de respirar.
Por isso, sinto sempre profunda emoção e imensa gratidão quando um leitor me manifesta o prazer que sentiu com a leitura de qualquer dos meus romances. Não sou uma escritora mediática, passo meses em casa a escrever sem pôr o pé na rua, a minha escrita não é “light” nem jornalística (não se pode ler a correr, precisa de alguma atenção), cada livro me leva sempre mais de três anos a escrever e comecei a publicar tarde. Assim, os leitores são os meus melhores críticos e divulgadores, porque, quando satisfeitos, passam a palavra aos amigos, o que para mim tem muito mais valor e é muito mais eficaz do que uma notícia num jornal ou na TV.
Apesar de me pedir “para não dizer a ninguém”, permita-me que ponha esta sua mensagem no meu blogue, como costumo fazer a todas as críticas e sugestões dos meus leitores. Pode ser? Se não o desejar, não publicarei, claro.
É esse o meu lugar de encontro preferido para o diálogo com os meus leitores sobre as minhas obras e outros assuntos que nos preocupam ou entusiasmam. Gostaria muito que fizesse parte desse grupo.
Bem haja pelo prazer que me deu
Bom dia...
Com toda a sinceridade, não pensei que me fosse honrar com uma resposta. Agradeço-lhe imenso. Fiquei extremamente feliz, apesar, de me ter deixado com aquele "nervosinho miúdo" pela responsabilidade que isso acarreta. Desliguei o email e só lhe respondo agora passadas duas horas, compreende, precisei de tempo para me recompor e ganhar coragem para responder. É uma grande responsabilidade "falar" por escrito com uma escritora de tão elevada reputação e além disso, professora! Ainda me arrisco a levar um valente "puxão de orelhas" pelas "calinadas" que escrevo. E que bem merecido seria... Apanhei o gosto pela leitura tarde. Há cerca de dois anos a minha namorada ofereceu-me um livro, "D. Afonso Henriques", por Mário Domingues. Apaixonei-me por História, uma paixão que estava escondida desde há muito tempo. Simultâneamente, pela leitura, esta nunca tinha tido, admito. Seguiu-se "A vida grandiosa do Condestável" do mesmo autor e não parei de ler desde então. Maioritariamente História, a nossa História.
(Foi um pouquinho de mim por me ter oferecido um tanto de si.)
Cara Deana é com todo o gosto que farei parte do grupo que segue e comenta o seu blog e mais me honra ainda o facto de querer expor a minha humilde mensagem. Por favor, faça-o que tanto me honra.
Obrigado por ser simpática, terra-a-terra (no mais magnifico sentido que o termo possa ter) e responder-me a mim, o mais comum dos mortais
Sinceramente,
João Ribeiro
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