Fui ver o filme Peregrinação,
de João Botelho, não só por gostar do trabalho do realizador, mas, sobretudo, com
a curiosidade de ver como teria ele adaptado ao cinema a complexa obra de
Fernão Mendes Pinto, a fim de o cotejar também com o meu próprio romance, O Corsário dos Sete Mares – Fernão Mendes
Pinto.
Pude constatar que João Botelho criou o guião a partir de textos da Peregrinação – a obra-prima deste anti-herói do século XVI, adaptada por Aquilino Ribeiro –, dos poemas de Fausto e do meu romance, o que muito me lisonjeou, embora João Botelho nunca me tenha contactado, nem à editora Leya, para pedir permissão para o fazer.
Porém, o que me deixou perplexa, foi não ver, na ficha técnica do filme, qualquer menção ao romance O Corsário dos Sete Mares, atendendo a que o realizador adaptou um número muito considerável de personagens e episódios, em alguns casos com grande pormenor. Só o meu nome aparece, no final da ficha técnica, nos agradecimentos.
Mais espantada fiquei ao constatar, que em todas as informações do filme e entrevistas do realizador, que tenho lido e ouvido, João Botelho nunca menciona o meu romance quando se refere às fontes a que recorreu para o guião, indicando apenas a Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, a sua adaptação para crianças, por Aquilino Ribeiro e os poemas de Fausto. Participei o caso à minha editora e espero que, das reuniões que tem tido com os representantes de João Botelho, essa falha seja corrigida e que, o meu romance passe a ser referido, nos textos escritos e nas entrevistas sobre o filme.
Gostei da adaptação que João Botelho fez dos episódios do meu livro, em particular, nas cenas com personagens femininas, que não existem na Peregrinação de Fernão Mendes Pinto e que eu criei, a fim de fazer a minha narrativa mais realista, atribuindo ao “herói” algumas paixões, humanizando-o.
Porém, o que me deixou perplexa, foi não ver, na ficha técnica do filme, qualquer menção ao romance O Corsário dos Sete Mares, atendendo a que o realizador adaptou um número muito considerável de personagens e episódios, em alguns casos com grande pormenor. Só o meu nome aparece, no final da ficha técnica, nos agradecimentos.
Mais espantada fiquei ao constatar, que em todas as informações do filme e entrevistas do realizador, que tenho lido e ouvido, João Botelho nunca menciona o meu romance quando se refere às fontes a que recorreu para o guião, indicando apenas a Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, a sua adaptação para crianças, por Aquilino Ribeiro e os poemas de Fausto. Participei o caso à minha editora e espero que, das reuniões que tem tido com os representantes de João Botelho, essa falha seja corrigida e que, o meu romance passe a ser referido, nos textos escritos e nas entrevistas sobre o filme.
Gostei da adaptação que João Botelho fez dos episódios do meu livro, em particular, nas cenas com personagens femininas, que não existem na Peregrinação de Fernão Mendes Pinto e que eu criei, a fim de fazer a minha narrativa mais realista, atribuindo ao “herói” algumas paixões, humanizando-o.
Os que leram O Corsário dos Sete Mares encontrarão no
filme a minha personagem Meng, a amante chinesa, na cena do banho, com a bacia
de água perfumada de flores; e a filha do «monteo», o capitão chinês que vai
levar Pinto e os companheiros para a Muralha da China, a moça que toca e canta
um belo poema, que ensina Pinto a ler mandarim e a conhecer os usos da terra.
E também a violação da “noiva roubada”, por Pinto, que o realizador faz
cometer a António Faria, o seu alter ego,
no filme; as cenas das
prostitutas e a da Senhora adúltera, assassinada pelo marido, ou o casamento de Pinto com a moça japonesa Wakasa, filha do armeiro, que também não fazem parte da Peregrinação,
mas que os meus leitores reconhecerão do meu “Corsário dos Sete Mares”.
O narrador do filme é,
tal como na sua obra, o próprio Fernão Mendes Pinto, sendo o enredo tecido por vários
episódios das suas viagens nos mares e reinos da Arábia, Samatra, China e Japão,
excluindo muitos outros onde a sua acção deixou profundas marcas, como Burma e Sião.
Uma opção compreensível, atendendo à escassez de meios para dar corpo às fabulosas
narrativas de Pinto, o qual é retratado no filme de forma um tanto redutora, apenas
como um miserável e esfarrapado pirata, mesmo nos episódios em que vai como
embaixador a Samatra ou como rico comerciante ao Japão.
O passado e o presente
do aventureiro entrelaçam-se, pontuados pela fabulosa música de Fausto. Gostei da adaptação de Botelho, embora sinta que o realizador poderia ter-se
aventurado mais, indo um pouco mais longe.
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