Exemplar de O Corsário dos Sete Mares com a cinta que informa da adaptação (não-autorizada) do romance ao cinema |
Assim, a minha fé na honestidade intelectual, competência e isenção da gente da Cultura e dos Media e dos responsáveis pelas instituições políticas e privadas a ela ligados (que era grande), sofreu um tremendo abalo, neste ano de 2018, de que dificilmente recuperarei.
O ano termina e eu encerro o caso do plágio de João Botelho, com a sensação de que, na nossa sociedade e, em particular, nos meios culturais onde esperava encontrar maior integridade, vi, pelo contrário, que o crime compensa.
Numa cena com personagens e diálogos inventados por mim, a filha do monteo canta um poema que foi musicado no filme |
Poucos se indignaram com a fraude, outros acobardaram-se com medo de «fazer ondas», cerrando fileiras em volta do protegido «membro do seu clube», mesmo sabendo-o fraudulento.
Batalhei sozinha, numa longa e desgastante luta, e só não me afundei de todo porque tive o suporte de um punhado de grandes jornalistas que se interessaram pelo assunto e tiveram coragem para arrostar com a ira da «vaca sagrada» do cinema português. E o apoio sem reservas dos meus leitores e amigos, a quem agradeço de alma e coração.
Não quero levar esta pesada carga comigo para 2019. Enterro-a aqui hoje.
A cena em que Meng lava as cicatrizes das costas de Fernão Mendes Pinto, que apenas existe no Corsário dos Sete Mares |
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