Ninguém, incluindo assassinos e criminosos da pior espécie, deve ser morto, linchado ou mesmo condenado sem julgamento, muito menos às mãos da polícia que deve proteger TODOS os cidadãos, mesmo os que cometem crimes graves.
O que eu considero um erro, nesta luta seríssima contra o racismo, é meterem no mesmo saco o grande activista dos direitos dos negros, Martin Luther King, e um criminoso reincidente como George Floyd (um dos seus crimes foi o assalto com arma de fogo a uma mulher, que ia com o filho, uma criança).
Indignarmo-nos com a sua morte é uma coisa, transformá-lo num herói mundial, com cerimónias e romarias de homenagens ao seu caixão é outra: tira o valor e propósito à causa dos direitos dos negros.
A morte de George Floyd foi um acto de grande barbárie, infelizmente muito frequente na América e levantou grandes manifestações contra o racismo que já deviam ter acontecido nas outras ocasiões, forçando a uma nova legislação e regulação das polícias. E eu respeito a dor da sua família.
Eu nasci nos EUA, tenho dupla nacionalidade - americana e portuguesa -. mas, em vez de voltar para junto do meu pai, nesse país que era uma espécie de «El Dourado» para muitos portugueses, escolhi ficar por cá, porque me repugnava a mentalidade americana, esse racismo violento e visceral dos brancos contra os negros (e não só), aos quais na minha juventude ainda eram negados todos os direitos, havendo mesmo um apartheid em tudo semelhante ao da África do Sul, porque, para os brancos, os negros não passavam de descendentes dos seus escravos e, portanto, eram inferiores.
Toda a minha vida defendi os direitos das minorias, dos injustiçados, do perseguidos, e Martin Luther King (assim como outros activistas negros) foi um dos meus heróis, cuja morte chorei.
A sua vida e morte fizeram diferenças, mas pouco mudaram na mentalidade da América profunda, aquela que venera Trump, ou na atitude criminosa e racista da polícia contra os negros, matando gente inocente com toda a impunidade.
Mas, terá o ladrão George Flyd, nos nossos dias de redes sociais e veneração dos "famosos" de pacotilha, mais valor do que Martin Luther King?Lamento, se assim for.
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