Eduardo Ribeiro, de que já aqui tenho falado, estudioso da vida de Camões em Macau, onde reside, vem a Portugal para apresentar o seu novo livro e fazer uma conferência na Casa Memória de Camões, em Constância, no âmbito do colóquio que conta ainda com as palestras de Máximo Ferreira e Ana Maria Dias.
Constância, 3 de Julho - Colóquio «Camões pelo Mundo»
11h00 - «Sinais de Camões em Constância» por Ana Maria Dias
15h30 - «De Constância à Índia – Astronomia de Os Lusíadas» por Máximo Ferreira
16h30 - «Camões na China» por Eduardo Ribeiro
Na Casa Memória/Jardim-Horto de Camões, em Constância
A não perder, este belo passeio de Domingo, por um lugar privilegiado, tanto para os apaixonados de Camões como para todos os outros. Eu lá estarei, sem falta!
27/06/2011
24/06/2011
A crítica de Nuno Crato à Educação
Intervenção de Nuno Crato no Fórum Portugal de Verdade (em Aveiro), subordinada ao tema da Educação, em 20 de Abril de 2009.
18/06/2011
Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial
A Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial foi lançada na quarta-feira, 15 de Junho, em Lisboa, com uma magnífica apresentação de Joaquim Furtado. Contém mais de 600 poemas de 180 autores, 18 dos quais são mulheres.
Honra-me muito pertencer a esse grupo e ver incluído na Antologia um dos primeiros poemas que escrevi na minha juventude, publicado no Suplemento Juvenil Diário de Lisboa, no dia 11 de Julho de 1967.
A Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial, publicada pelas Edições Afrontamento, é uma obra pioneira, que se (des)esperava há muito, sobre os tempos negros da ditadura e da guerra, uma colectânea da nossa memória colectiva, de um passado próximo que nos tocou e toca a todos.
Obra feita com grande rigor, sensibilidade e um imensíssimo trabalho de pesquisa, coordenado pela Professora Dra. Margarida Calafate Ribeiro, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e pelo Professor Roberto Vecchi, da Universidade de Bolonha.
Aqui vos deixo meu poema seleccionado para a Antologia:
Cantiga de amigo
Olhei-me com sede na manhã fria
e só tinha mãos que o mar esquecia
Morrerei donzela
e sozinha
Toquei-me um calor de corpo macio
e só tive mãos para um mar vazio
Morrerei donzela
e sozinha
E só tinha mãos que o mar esquecia
nessa onda morta amigo não via
Morrerei donzela
e sozinha
E só tive mãos para o mar vazio
na onda lassa nem um barco esguio
Morrerei donzela
e sozinha
Nessa onda morta amigo não via
rumarei meus passos na areia fria
Morrerei donzela
e sozinha.
Diana Barroqueiro, "Juvenil" do DL, de 11/7/1967
15 de Junho de 2011, 19h00, Centro de Informação Urbana de Lisboa, CES-Lisboa
Enquadramento da obra
Entre 1961-1974 Portugal manteve com as suas então colónias de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau uma guerra, mobilizando perto de um milhão de homens e tocando praticamente todas as famílias portuguesas. A experiência da participação portuguesa neste evento de indefinida colocação historiográfica, quer pela denegação que oficialmente o caracterizou, quer pela radical reformulação geopolítica do país que a partir dele se engendrou com a descolonização, tornou este acontecimento um dos mais complexos, mas também um dos mais trágicos eventos da contemporaneidade portuguesa.
A experiência colectiva e individual da participação dos portugueses neste evento teve, e continua a ter, o seu registo de expressão narrativa e crítica, e o seu registo estético nas mais variadas formas de arte – da pintura e escultura à narrativa, do cinema ao teatro, da música à poesia. Foi sem dúvida na literatura que este registo de reelaboração colectiva e individual do evento se tornou mais marcante, dando origem a cerca de uma centena de romances e a milhares de poemas. Esta poesia, de autores directa ou indirectamente envolvidos na guerra, e elaborada, ou no momento da vivência do evento bélico, ou em seguida, enquanto espaço de memória e de elaboração pós-traumática, foi objecto de estudo do projecto Poesia da Guerra Colonial: “ontologia” de um eu estilhaçado, que decorreu nos últimos anos no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, sob orientaçao científica dos dois organizadores da presente antologia e o financiamento da Fundação da Ciência e Tecnologia. A Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial é o resultado visível deste projecto, reunindo mais de seis centenas de poemas de cento e oitenta poetas.
08/06/2011
Testemunho de Vida - Agência Directa
A Agência Directa é um novo órgão de comunicação social, fundada no início de 2011 pelo Grupo Influência Directa (uma associação sem fins lucrativos que implementa e apoia projectos sociais, empreendedorismo e promoção do trabalho, contribuindo para a construção de uma sociedade mais consciente e de excelência).
Pediram-me-me para contar aos seus leitores e utilizadores a minha experiência de vida, cujo texto quem estiver interessado pode ver Aqui
Pediram-me-me para contar aos seus leitores e utilizadores a minha experiência de vida, cujo texto quem estiver interessado pode ver Aqui
01/06/2011
A grosseria de Vasco Graça Moura
A propósito de um artigo de Vasco Graça Moura, publicado com o título “Um não-país”, no Diário de Notícias, do dia 18 de Maio, que me indignou e me entristeceu.
Os discursos e debates das figuras políticas têm-se pautado pela má educação e grosseria, por vezes boçal, com que se insultam. Outras figuras públicas fazem o mesmo, em vez de recorrerem ao argumento enquanto exercício de inteligência e manifestação de um espírito elevado e com princípios.
Assisto arrepiada à degradação de certas elites, que cultivam as aparências, mas quando abrem a boca, mostram a vulgaridade de seres primitivos, movidos pelos instintos da cobiça e da agressividade. As figuras no poleiro do poder e as diferentes coortes que os rodeiam ou gravitam em esferas próximas, na esperança de se empoleirarem também, não servem de exemplo ao povo ou a juventude que criticam.
De Vasco Graça Moura esperava outra atitude. Aprecio a sua poesia e tenho aplaudido as suas intervenções no domínio da Cultura, como a defesa do património ou a rejeição do Acordo Ortográfico. Porém, é inaceitável e indigna-me profundamente que o escritor escreva artigos de opinião de foro político e use um jornal como uma tribuna pública para insultar grosseiramente os cidadãos que votaram ou vão votar PS (em oposição ao PSD).
Não votei PS nas anteriores eleições, portanto nem enfiei a carapuça, mas repugna-me a atitude do autor e também o facto de que, num jornal de referência como o DN, se use o insulto soez que é próprio dos blogues anónimos. Assim, para Vasco Graça Moura, os cidadãos portugueses são (e passo a citá-lo): “lorpas”, “lorpas contumazes”, “canalha analfabeta e irresponsável do costume”, “a piolheira mais ignóbil”, “a repugnante bronquidão previsível no eleitorado”.
Talvez este artigo seja uma boa recomendação para Vasco Graça Moura conseguir a pasta de Ministro da Educação ou da Cultura, quando o PSD for governo (e se, afinal, não extinguir a última, como prometeu). A mim, incomodou-me pela baixeza do ataque e quase me decidiu a votar PS nas próximas eleições.
Somos realmente um Não País, nisto Vasco Graça Moura tem razão, quando os que deviam servir de farol e ser exemplo de elegância intelectual, preferem espojar-se na lama.
Deana Barroqueiro
Os discursos e debates das figuras políticas têm-se pautado pela má educação e grosseria, por vezes boçal, com que se insultam. Outras figuras públicas fazem o mesmo, em vez de recorrerem ao argumento enquanto exercício de inteligência e manifestação de um espírito elevado e com princípios.
Assisto arrepiada à degradação de certas elites, que cultivam as aparências, mas quando abrem a boca, mostram a vulgaridade de seres primitivos, movidos pelos instintos da cobiça e da agressividade. As figuras no poleiro do poder e as diferentes coortes que os rodeiam ou gravitam em esferas próximas, na esperança de se empoleirarem também, não servem de exemplo ao povo ou a juventude que criticam.
De Vasco Graça Moura esperava outra atitude. Aprecio a sua poesia e tenho aplaudido as suas intervenções no domínio da Cultura, como a defesa do património ou a rejeição do Acordo Ortográfico. Porém, é inaceitável e indigna-me profundamente que o escritor escreva artigos de opinião de foro político e use um jornal como uma tribuna pública para insultar grosseiramente os cidadãos que votaram ou vão votar PS (em oposição ao PSD).
Não votei PS nas anteriores eleições, portanto nem enfiei a carapuça, mas repugna-me a atitude do autor e também o facto de que, num jornal de referência como o DN, se use o insulto soez que é próprio dos blogues anónimos. Assim, para Vasco Graça Moura, os cidadãos portugueses são (e passo a citá-lo): “lorpas”, “lorpas contumazes”, “canalha analfabeta e irresponsável do costume”, “a piolheira mais ignóbil”, “a repugnante bronquidão previsível no eleitorado”.
Talvez este artigo seja uma boa recomendação para Vasco Graça Moura conseguir a pasta de Ministro da Educação ou da Cultura, quando o PSD for governo (e se, afinal, não extinguir a última, como prometeu). A mim, incomodou-me pela baixeza do ataque e quase me decidiu a votar PS nas próximas eleições.
Somos realmente um Não País, nisto Vasco Graça Moura tem razão, quando os que deviam servir de farol e ser exemplo de elegância intelectual, preferem espojar-se na lama.
Deana Barroqueiro
Subscrever:
Mensagens (Atom)