Com Bush ironicamente de volta ao Iraque em forma de
porta-aviões (o USS George H.W. Bush foi enviado pela Casa Branca para o
mar Arábico, de forma a ajudar as forças iraquianas em combate) e com
Tony Blair a justificar o seu passado (“Nós não causámos a crise no
Iraque”), os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS)
divulgaram ontem no Twitter uma série de fotografias onde são vistos a
conduzir para valas e a fuzilar dezenas de homens desarmados.
A confiar
na sua versão, terão sido executados 1700 soldados iraquianos que
descrevem como desertores, mas a BBC diz que eram soldados que, perdido o
combate, se renderam aos fanáticos do ISIS. Seja isto verdade ou
encenação (a versão “verdade” interessa às duas partes, ao ISIS para
alardear a sua força, ao exército iraquiano para mostrar a impiedade dos
adversários), não há a mínima dúvida de que o ISIS baseia a sua
actividade, presente ou futura, no terror e na brutalidade mais abjecta.
Fuzilar ou decapitar têm sido actos frequentes no seu avanço e agora
que o mundo reparou neles com mais atenção vão tornar-se mais
exibicionistas e mais perigosos. A aura de invencibilidade com que
ocuparam cidades iraquianas como Tikrit ou Mossul, assim como a forma
com que se insinuam no território (em parte com apoio da população
sunita que a irresponsabilidade de Maliki marginalizou), obriga a pensar
que não basta derrotá-los episodicamente no terreno, é preciso algo
mais.
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