18/07/2014

Seleccionador de canoagem espera duas ou três medalhas nos Jogos de 2016

Enquanto no futebol, tão promovido e supervalorizado, poucos resultados se vêem, em outros desportos tão desprezados pelos media, Portugal ganha medalhas, batendo-se com os mais fortes. Seis medalhas (1 de ouro e 5 de bronze), nos Jogos europeus que tiveram lugar na Alemanha. Com muito poucos apoios.
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O seleccionador de canoagem, Ryszard Hoppe, manifestou-se esta segunda-feira "convicto" de que Portugal pode apresentar-se nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 com "um mínimo de 10 atletas e pensar em duas ou três medalhas".

Numa análise aos Europeus da Alemanha, em que Portugal obteve o melhor desempenho de sempre, com uma medalha de ouro e cinco de bronze, o técnico polaco recordou que "a equipa está cada vez mais forte e maior": "Trouxemos 10 embarcações, oito foram a finais A e seis conquistaram medalhas. Isto é uma grande coisa."

"Quando houver mais apoio do Comité Olímpico de Portugal e do Instituto Português do Desporto e Juventude podemos chegar ao Rio 2016 com o mínimo de 10 atletas, e pensar em duas ou três medalhas. Recordo que destas seis medalhas nos Europeus, quatro são em distâncias olímpicas", vincou.

Ryszard Hoppe falava dos bronzes de Teresa Portela em K1 200 e 500 metros, do K4 1000 Fernando Pimenta/João Ribeiro/Emanuel Silva/David Fernandes e da C1 200 Hélder Silva - o título Europeu do K2 500 campeão do mundo Emanuel Silva/João Ribeiro e o bronze do K1 5000 Fernando Pimenta foram os pódios de distâncias não olímpicas.

"O balanço é muito positivo. Esperava bons resultados, mas ninguém pensou em seis medalhas. Três ou quatro era possível, seis é uma grande surpresa. Estou contente porque neste Europeu abrimos uma nova página com a primeira medalha das canoas em Europeus absolutos, com o Hélder Silva ou a Teresa Portela com a sua primeira medalha nos 500 metros e a terceira nos 200. Os K4 e K2 confirmaram o seu nível. Estes rapazes têm nível para chegar aos Jogos e ganhar medalhas", garantiu.
Hoppe revelou que lhe chamaram "louco" quando passou para outros treinadores as responsabilidades técnicas dos kayaks masculinos - que nos últimos dois anos conquistaram a prata olímpica, foram campeões do mundo e vice-campeões europeus -, mas assumiu que o fez a bem de uma "pacificação" e do forçoso reforço dos meios técnicos da federação.

"Não somos diferentes, tirando uns serem mais pequenos e outros mais altos. O importante é o trabalho e um sistema que funcione. A canoagem demonstrou que tudo é possível, mesmo em Portugal. Acho que até em outras modalidades, Portugal pode estar entre os melhores países da Europa e do mundo", defendeu.

O seleccionador afirmou ainda que se vai "reformar em Portugal", só não sabendo se o faz após os próximos Jogos Olímpicos, quando tiver 65 anos e 46 anos de treinador.
"A vida de um treinador é a motivação. Portugal é a minha segunda terra. Nos últimos 10 anos, foi mais importante para mim do que a Polónia, onde tenho a família", concluiu.

O seleccionador seguiu directamente da Alemanha para a Hungria, levando consigo Joana Vasconcelos, Francisca Laia e Maria Cabrita para os Mundiais de sub-23 e juniores, que decorrem no próximo fim-de-semana, em Szeged. Prova que antecede os Mundiais absolutos, em Moscovo, na Rússia, entre 7 e 10 de Agosto.

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