15/12/2014

Portugal investiga possível ligação das tríades locais aos vistos gold

Dezembro 15, 2014
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Autoridades portuguesas estão a investigar denúncia enviada por carta com remetente de Macau para o ministério português da Administração Interna.

Patrícia Silva Alves

O Departamento Central de Investigação Penal (DCIAP) de Portugal está a investigar uma possível utilização do programa vistos gold pelas tríades, entre as quais a seita 14 Quilates (14K), com a cumplicidade de cidadãos de nacionalidade portuguesa. A informação, que veio de uma fonte não identificada, foi avançada pelo semanário português Expresso.

Segundo o jornal, a denúncia que identifica os envolvidos chegou de Macau através de uma carta dirigida ao ministério da Administração Interna. Na sexta-feira passada, a ministra com a tutela da pasta, Anabela Rodrigues, enviou então a denúncia para o DCIAP.

Contactada pela TDM na sexta-feira, a Polícia Judiciária de Macau disse não ter qualquer informação sobre este caso.
Neste momento, as autoridades portuguesas estão a investigar um alegado esquema de corrupção que envolvia o pagamento de subornos para a atribuição de vistos gold e no decorrer do qual 11 pessoas foram detidas. Entre elas estavam altos quadros do Estado, algunas com relações de proximidade pessoal e profissional ao ex-ministro português da Administração Interna, Miguel Macedo. Entre os detidos estava o então director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos, que entretanto foi libertado (com outros dois suspeitos). Todos foram obrigados a usar pulseira electrónica.

Em causa estão suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato relacionadas com a atribuição da Autorização de Residência para a Actividade de Investimento, o nome oficial dos vistos gold.

A 16 de Novembro deste ano e na sequência deste caso, Miguel Macedo, então ministro da Administração Interna, demitiu-se do cargo alegando que a sua autoridade tinha ficado diminuída com o envolvimento nestas investigações de pessoas que lhe são próximas. No entanto, o responsável assinalou que nada teve a ver com o processo de atribuição dos vistos gold. “Não sou pessoalmente responsável por nada nestas investigações”, assegurou no seu discurso de demissão.

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