1. Não há nenhuma namorada ou amante de Pinto na sua obra, só existem no meu romance (exceptuando a rainha da Etiópia).
2. A violação da chinesa, por António de Faria, não existe de todo na Peregrinação – refere-se ao cap. 47, o episódio da «noiva roubada», que é levada com os irmãos meninos para ser vendida ou resgatada por dinheiro, como era costume. Como o seu destino ficava em aberto eu parti deste episódio para ficcionar uns supostos amores de Pinto que a compra aos companheiros e, despeitado pelo seu desprezo, acaba por a violar, algum tempo depois, no barco.
3. A personagem da amante chinesa, assim como o nome Meng e os seus amores, inventei-os, a partir da menção feita por Pinto aos filhos do português Vasco Calvo - «dois meninos e duas moças” -, no cap. 116 da sua Peregrinação. Ora a cena que se vê no filme de «Meng» com uma bacia de água perfumada de flores (na foto), a lavar as cicatrizes que Pinto tem nas costas, das chicotadas na prisão, é um dos episódios do meu romance que considero melhor conseguidos. A diferença é que João Botelho coloca a cena em Pequim e não na aldeia onde vão viver os portugueses junto à muralha da China, como condenados a trabalhos forçados)
4. Em Pequim, a cena da filha do «monteo», o capitão chinês que vai levar Pinto e os companheiros para a Muralha da China. A moça toca e canta e convive com Pinto, ensinando-o a ler mandarim. Nada disto existe na Peregrinação, não há referência a qualquer filha, mas apenas à “mulher do monteo”. No meu romance inventei esta personagem e estas cens, incluindo poemas e canções chinesas, de que fiz a tradução.
5. As cenas das prostituas também não existem na Peregrinação e sim no meu livro, permitindo-me criar episódios cómicos com elas.
– A fala da prostituta a Cristóvão Borralho sobre o Yin e Yang no sexo (obra citada Cap. X), a menção ao Mercado dos Cavalos Magros, etc., são do meu romance.
6. Na obra de FMP, nos episódios do Japão, não existe qualquer referência ao suposto casamento de Fernão ou de Zeimoto, nem a Wakasa, que eu encontrei em outras fontes japonesas, depois de grande pesquisa. Ficcionei a história desse casamento, com a ida da personagem ao barco, fazendo dela uma espécie de Madame Butterfly.
7. No filme, Fernão narra a sua 1ª viagem, ainda adolescente, quando servia em casa de uma senhora e teve de fugir para salvar a vida. Apenas isto. Os amores adúlteros e o assassínio da Senhora, Joana Aires da Silva e de Manuel Freire, o amante, são do meu romance, cuja fonte foram arquivos sobre um escândalo da época. Botelho leva este episódio para o seu filme, embora fazendo de Pinto um 2º amante, a quem a senhora pede que leve um recado … ao amante Manuel Freire.
8. Na entrevista a Nuno Pacheco, Botelho refere-se à magia do número nove, embora cometendo uma imprecisão, que é um leitmotiv no meu romance.
Uma das cenas tirada em pormenor do meu romance (inexistente na Peregrinação) |
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