30/07/2022

Assim vai o mundo editorial português...

 

Sou do tempo em que os editores eram gente culta, amavam os livros, sabiam reconhecer a qualidade onde a viam e se recusavam a publicar más obras, mesmo que os autores fossem "famosos". 

Agora, para a maioria dos editores (felizmente há algumas excepções nesta triste realidade), os livros passaram a ser "produtos", como qualquer detergente ou frango de supermercado, não interessa a qualidade, mas apenas aquilo que os seus vendedores (que nem lêem as obras) acham que interessa ao "mercado", ou seja à maioria esmagadora dos portugueses que não lê sequer um livro por ano. Em particular, se os autores forem gente da TV ou políticos... que lhes fazem a promoção nos Media.

As editoras portuguesas preferem apostar mais no lixo estrangeiro (e também nacional) do que investir na promoção dos livros de qualidade dos escritores nacionais, que são comprados pelos bons leitores, tão descurados também. Por isso assistimos, todos os anos, quer nas Feiras do Livro, quer nos saldos das livrarias, a caixotes a abarrotarem de centenas dessas obras estrangeiras "de cordel " que ninguém compra, num aviltante desperdício de papel, que até faz doer a alma.

A falta de visão dos editores, que não publicam livros mas "produtos" não podia ser mais gritante, quando 6 das principais editoras recusaram publicar a minha História dos Paladares, então com 2 volumes, "por não ser viável" dada a sua extensão e se a quisesse publicar teria de reduzir a obra a 400 páginas, que era o mesmo que matá-la! Recusei, claro, mesmo com o risco óbvio de não a ver publicada. 

Eu ganhei e as editoras perderam!
Os 2 volumes da História dos Paladares foram galardoados de imediato com 4 prémios mundiais, inclisive o da Melhor Série do Mundo da Gastronomia - The Gourmand Best in The World Cookbook Award - Series (o Óscar da Literatura Gastronómica), de entre 227 países e maiis de 1500 obras a concurso! 
E Jaime Cancella de Abreu, da pequena editora Prime Books, que teve visão e publicou não 2 mas 3 volumes, ganhou o prémio do Melhor Editor de Obras de Gastronomia - 2021!


A Bienal de Livros de São Paulo e Portugal, o país convidado

 

FALTA DE CULTURA, AVERSÃO AOS AUTORES PORTUGUESES, SUBSERVIÊNCIA DAS EDITORAS PORTUGESAS E A BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO, BRASIL, ONDE PORTUGAL FOI O PAÍS CONVIDADO


 Não sei se hei-de rir ou chorar, quando vejo o balanço feito, há poucotempo, sobre esta tão gabada Bienal, que fez uma pausa de 4 anos, devido à pandemia. Por ali passaram 660 mil visitantes, em 9 dias (muito pouco para uma cidade de mais de 12 milhões de habitantes; a Feira do Livro de Lisboa, com cerca de 2 milhões, em 2021, recebeu 350 mil visitantes), sendo Portugal o país convidado.

Estiveram presentes 182 expositores, com 500 chancelas editoriais que apresentaram 3 milhões de livros (segundo a CBL - Câmara Brasileira do Livro). Dizem ainda que a média foi de 7 livros comprados por pessoa (um aumento de 40% em relação a 2018), as editoras brasileiras estavam radiantes... e as portuguesas também. 

E o que se passou na livraria do Pavilhão de Portugal, onde estavam expostos 5 mil livros, para deixar as nossas editoras tão felizes? Ora vejam bem os números: Venderam-se 663 títulos, num total de 3.829 exemplares (o 1º volume da minha História dos Paladares está quase a atingir esse número!), no valor total de 50.450,30 euros (terá chegado para cobrir os custos das viagens e da logística dos editores, livreiros, funcionários, "penduras" e autores? Se calhar ainda ficaram com prejuízo!). No entanto, para os nossos editores e livreiros foi a "bienal das bienais" (contentam-se com bem pouco!). 

O que mais me espanta, porém, são as vendas do pavilhão de Portugal. Os livros mais vendidos foram: 
 - "Cabeça fria, Coração Quente", escrito pelo treinador do clube brasileiro Palmeiras, Abel Ferreira e a sua equipa técnica (335 exemplares); 
- "As doenças do Brasil", de Valter Hugo Mãe (167, chega a ser humilhante para um autor consagrado); 
- "A Flecha", de Matilde Campilho (119); 
- "O Ensaio sobre a Cegueira", de José Saramago (45). 

E quanto a portugueses foi tudo, porque os mais acarinhados pelos brasileiros, no pavilhão de Portugal, foram os autores lusófonos (seguramente por não serem portugueses, independentemente do seu valor): "O plantador de Abóboras", do timorense Luís Cardoso (50) e "Niketche - uma história de poligamia", da moçambicana Paulina Chiziane (48). 
O treinador Abel Ferreira foi o autor que fez abarrotar o Arena com cerca de mil brasileiros, por certo ávidos de cultura (outras conversas de autores nem se ouviam com o barulho à sua volta). 

Ainda há alguém de boa fé que ache que os escritores portugueses interessam aos brasileiros, salvo honrosas excepções, como há em qualquer generalidade? Há décadas que constato essa quase aversão do Brasil ao que tem a ver com a Cultura e a História Portuguesa, incluindo da parte das instituições oficiais. Enquanto nas nossas universidades estudávamos durante anos a literatura e a civilização brasileira (eu estudei-as durante 5 anos), no Brasil eram escassíssimos os cursos em que era dada a nossa literatura, por isso, a ignorância dos brasileiros sobre Portugal é total e consideram o nosso país o causador de todos os seus males.

Quando é que, no Brasil, os portugueses terão deixado de ser portugueses e passaram a ser brasileiros? Quando terá nascido a verdadeira nação brasileira, a pura, sem colonialismo nem racismo - exploração do negro e do índio pelo branco? E eu adoro o Brasil, os seus escritores e os seus músicos.

11/07/2022

Dois pratos de conversa... com Deana Barroqueiro


CCRB leva escritora Deana Barroqueiro ao Porto 

No dia dos meus anos... Se alguém estiver por perto, no Porto, e quiser ir ao almoço-tertúlia, no dia 23 de Julho, no Porto Coliseum Hotel, pode inscrever-se por intermédio de Ana Correia, Tm: 919152920 

A Câmara do Comércio da Região das Beiras (CCRB) vai realizar, no dia 23 de julho, pelas 12h, no rooftop do tradicional Porto Coliseum Hotel, na cidade do Porto, mais uma edição do projecto “Dois Pratos de Conversa com…”, em que o foco é o networking, a promoção dos produtos, a gastronomia, os vinhos, a cultura da região das Beiras, bem como de outras regiões do país. 

 Nesta edição, a convidada especial será a premiada escritora Deana Barroqueiro que irá apresentar os dois volumes do livro “História dos Paladares” que mereceu distinção recentemente ao ganhar o “óscar” mundial dos livros de culinária. Portugal com Deana Barroqueiro arrecadou o prémio THE GOURMAND BEST IN THE WORLD AWARD 2022, na categoria SÉRIES, com os dois volumes da sua História dos Paladares – I – Sedução e II – Perdição (PRIME BOOKS), como os melhores livros de Literatura Gastronómica do Mundo, de 2020/21. 

 Como este ano o Porto Coliseum Hotel e o Coliseu do Porto celebram 80 anos de existência, esta iniciativa ganha ainda mais relevância do ponto de vista social, cultural, turística e gastronómica. Sobre a mesa, além de uma boa conversa, o famoso prato “Tripas à moda do Porto”, que tão bem documentado está no premiado livro “História dos Paladares” e que será confeccionado por Manuel Pinheiro, CEO do Porto Coliseum Hotel e do respeitado restaurante O Gaveto, em Matosinhos. Manuel Pinheiro é também um dos fundadores da Confraria Tripas à Moda do Porto e promove jantares em que o mote é divulgar a gastronomia portuguesa. 

Esta edição de “Dois Pratos de Conversa com…” deverá juntar várias entidades, autarcas, empresários e a comunicação social. Recorde-se que a última edição desta iniciativa teve como convidado de honra o actual Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, em Cantanhede. 

 “Esta é uma oportunidade de homenagear a premiada autora Deana Barroqueiro, uma das mais destacadas escritoras de romance histórico português, e que agora consegue este prémio internacional. Será também um momento único para usufruir das instalações deste magnifico hotel e de dar destaque à gastronomia, aos vinhos e à cultura”, afirmou Ana Correia, presidente da Câmara do Comércio da Região das Beiras. Esta responsável realçou também que a CCRB está vocacionada para a prestação de serviços de apoio à internacionalização, exportação, importação e turismo das empresas portuguesas, através de iniciativas que são essenciais para a promoção das Regiões portuguesas. 

Sobre a autora 
Recorde-se que a escritora ganhou o prémio THE GOURMAND BEST IN THE WORLD AWARD 2022, na categoria SÉRIES, com os dois volumes da sua História dos Paladares, I – Sedução e II – Perdição (PRIME BOOKS), como os melhores livros de Literatura Gastronómica do Mundo, de 2020/21. 

Na primeira fase dos Gourmand World Awards, Deana Barroqueiro ganhou nas categorias de História da Culinária e nas Séries, de entre 227 países e mais de 1550 livros a concurso. Na última fase, a dos Best in the World (os Óscares), foram seleccionados apenas 62 países e Deana Barroqueiro arrebatou o primeiro lugar na categoria das Séries. ■