Sou do tempo em que os editores eram gente culta, amavam os livros, sabiam reconhecer a qualidade onde a viam e se recusavam a publicar más obras, mesmo que os autores fossem "famosos".
Agora, para a maioria dos editores (felizmente há algumas excepções nesta triste realidade), os livros passaram a ser "produtos", como qualquer detergente ou frango de supermercado, não interessa a qualidade, mas apenas aquilo que os seus vendedores (que nem lêem as obras) acham que interessa ao "mercado", ou seja à maioria esmagadora dos portugueses que não lê sequer um livro por ano. Em particular, se os autores forem gente da TV ou políticos... que lhes fazem a promoção nos Media.
As editoras portuguesas preferem apostar mais no lixo estrangeiro (e também nacional) do que investir na promoção dos livros de qualidade dos escritores nacionais, que são comprados pelos bons leitores, tão descurados também. Por isso assistimos, todos os anos, quer nas Feiras do Livro, quer nos saldos das livrarias, a caixotes a abarrotarem de centenas dessas obras estrangeiras "de cordel " que ninguém compra, num aviltante desperdício de papel, que até faz doer a alma.
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