13/01/2010

Agenda Janeiro

20 de Janeiro, Quarta-feira, às 18.30 h.
Lisboa – Sociedade de Língua Portuguesa

Apresentação do romance O Espião de D. João II, pela Dra. Elsa Rodrigues dos Santos, Presidente da Sociedade de Língua Portuguesa.
Seguir-se-á uma conversa informal com os Leitores, a quem deixo o meu convite, para que me dêem o prazer da sua companhia, em especial a daqueles que ainda não tive oportunidade de conhecer ou ver em anteriores sessões.

Espero-vos na sede da SLP:
R. Mouzinho da Silveira, nº 23
Lisboa (Metro: Marquês de Pombal)

2 comentários:

António Viriato disse...

Cara Deana Barroqueiro,

Correndo o risco de alguma inconveniência, aqui lhe deixo mais
uam observação, porventura impertinente : ...para que(Vocês)me dêem o prazer da SUA companhia... ou para que(Vós)me deis o prazer da VOSSA companhia...

Este tipo de construção usada no seu pequeno texto é uma prática generalizada em Portugal, mas nem por isso conforme com as regras da sintaxe da LP.

Gostaria de ouvir a sua opinião e bem assim a razão da sua opção.

Os brasileiros, neste ponto, conservam a concordância clássica, a correcta, embora incorram no mal da mistura dos tratamentos e na subversão da boa linguagem, com frases do género : «Você já falou com o teu Pai»; «V. quer entrar, então entra, não fica aí...».

Que acha destes entorses na sintaxe portuguesa ?

Tendo sido ou sendo ainda Professora de Português, muito me agradaria conhecer a sua opinião sobre este e outros aleijões sintácticos.

Saudações Cordiais, sempre, apesar das críticas pontuais, francas e leais, de um seu leitor atento e apreciador.

AV_25-01-2010

DEANA BARROQUEIRO disse...

Caro António Viriato

As críticas construtivas, como a sua, têm a função de alertar para a falha e o erro e, portanto, ajudam-me no meu trabalho.
A nossa Língua é complexa e, mesmo quando exercia a minha profissão de professora de Português, tinha dúvidas e nunca deixei de consultar gramáticas e dicionários, algumas vezes sem lograr resolvê-las.
Depois, como escritora de romance histórico do período dos Descobrimentos, passei a conviver quase exclusivamente com os textos antigos, quase sempre fac-similados, dos cronistas e, sobretudo, dos aventureiros, cuja linguagem apresenta constantes e múltiplas variantes, o que tem contribuído para aumentar as minhas dúvidas...e, se calhar, os meus erros.

Nesta minha frase "para que me dêem o prazer da vossa companhia", considero o "vossa" errado, porque tem como antecedente "os leitores", em 3ª pessoa (eu mudei o discurso directo, anterior, para indirecto e não fiz a alteração, pelo que farei a correcção.

Na sua frase, "para que (vocês) me dêem o prazer da SUA (em vez de VOSSA)companhia", já não concordo, porque Vocês (do antigo Vossas mercês)me pede o Vossa (de Vós) e não o Sua (que aqui poderia ser também interpretado como dele/s ou dela/s).
No Ciberdúvidas, no entanto, respondem melhor do que eu a essa questão em: http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=17372.

Passo a responder-lhe, agora, ao outro tópico, o do Alcorão, tendo-me adiantado à sua sugestão, pois já fiz a alteração nas emendas para a 2ª edição.
Eu comecei por usar a expressão árabe, depois usei o Alcorão como sempre o fizera e, no fim, acabei por usar a sugestão de um revisor, embora de outra editora que não a Ésquilo.

É difíl de imaginar o que, em algumas editoras (mesmo com pergaminhos), os "revisores-correctores" sem formação se acham no direito de fazer ao texto do autor, com o argumento de que "fica melhor assim", rescrevendo até capítulos, cheios de asneiras, quer de gramática quer mesmo de conteúdo.
Passei por uma situação dessas e, apesar de ter recusado a mutilação, o meu texto acabou por sofrer danos que passaram e só pude resolver, em parte, nesta 2ª edição. Porque fiquei cheia de complexos e ainda de mais dúvidas e isso afectou-me a escrita.

Fico-lhe muito grata, sinceramente grata, pelas suas palavras de incentivo e pelo cuidado que pôs na leitura do meu livro e desta página. Bem haja!

Deana Barroqueiro