07/01/2010

Um falso rastreio

Ao longo dos últimos anos temos sido massacrados com telefonemas de empresas a oferecer presentes, "gratuitamente e sem qualquer compromisso", de telemóveis, electrodomésticos e até viagens ao estrangeiro. Estas ofertas escondem sempre a venda de um determinado produto. Muita gente caiu no logro e aprendeu a lição.

Como estas campanhas de "ofertas" deixaram de surtir efeito, os vigaristas de Marketing pensaram noutro esquema para atrair potenciais clientes: o falso pretexto de um rastreio para prevenção de doenças cardiovasculares.

E eu, apesar da minha total recusa a estas campanhas por telefone, caí no logro, porque o "rastreio" me foi apresentado como uma campanha oficial de saúde - como tantas outras que o Estado promove -, para mais crédito ainda, estava sediada na Associação dos Deficientes das Forças Armadas, dizendo-me que era para ensinarem os sintomas e a prevenção dos AVC, fazerem medições de tensão e ritmo cardíaco, etc., etc. Chegaram ao requinte de prevenir que não devíamos comer meia-hora antes da marcação!

E assim, meus queridos leitores, eu e o meu marido caímos que nem uns patinhos e lá fomos, cheios de boa fé. O "rastreio" ou rasteira aos utentes era o negócio de colchões e cadeiras de massagens de 4.500 euros! Só não desarvorámos porta fora por pena da moça que nos atendia e estava apenas a fazer um trabalho de tarefeira, não sendo responsável pelos procedimentos quase fraudulentos da empresa que a contratou a prazo.

A moça até era simpática, fez-nos um questionário que deixámos a meio (porque acabámos por levar o caso para a paródia e respondemos tipo comédia nonsense), mediu-nos a tensão e o ritmo cardíaco, com esses aparelhinhos caseiros que se compram nos supermercados, e a massagem de demonstração da cadeira deu um certo gozo, mas, o que mais me irritou foi ter deixado de lanchar para ir, sem comer por medo de indigestão ou AVC, àquela sessão, onde esperei uma hora para ser atendida e me tentarem vender um colchão e uma cadeira de massagens.

Este rastreio começou na terça-feira e vai prolongar-se por mais de um mês. Homem prevenido vale por dois, por isso aqui vos deixo o meu aviso. Não me digam agora que a realidade é melhor do que a ficção! Eu continuo a preferir a ficção...

1 comentário:

M. disse...

Credo, do que essa gente se lembra!!!
É por essas e por outras que raramente atendo o telefone se não identificar o número.
Bjs e obrigada!
Madalena