21/11/2011

La femme grillagée - A mulher encarcerada



Pierre Perret dedicou esta canção a todas as mulheres do mundo, a qual foi censurada. Segue aqui a minha tradução (quase literal) do poema.

A mulher em grades

Escutem a minha doce canção,
que Verlaine saberia fazer melhor,
ela deve ser discreta e leve,
um arrepio d’água sobre musgo.
É o lamento da esposa,
da mulher por trás da sua grade (rede, prisão)),
fazem-na viver na Idade Média.
Que a vergonha os manche (enlameie)

Quando uma mulher está por trás de grades,
Todas as mulheres são ultrajadas
Os homens lançaram-nas na obscuridade…

Ela nunca toma a palavra
Em público, não é o seu papel.
Ela é assustadiça, ela é submissa,
Nem pensar em beijá-la.
Ensinaram-na a submeter-se,
A não contrariar o seu senhor,
Ela só tem direito a alguns murmúrios,
De olhos baixos, postos na costura.

Refrão

Ela respeita a lei divina,
Que diz pela boca do homem,
Que o seu lugar é na cozinha,
E que ela é a sua besta de carga.
Nada de armar em sábia,
É melhor que seja ignorante.
O esposo diz que os seus estudos
São contrários aos seus deveres servis.

Refrão

A burqa austera até aos pés,
É o garante da sua decência,
Ela impede a concupiscência
Dos homens a quem poderia agradar.
Um olhar julgado impudico
Seria mortal para a cativa,
Ela poderia acabar queimada viva,
lapidada na praça pública.

Refrão

Mulheres, soltai as amarras,
Recusai esses costumes bárbaros.
Dizei não ao maniqueísmo,
Ao regresso ao obscurantismo.
Deitai fora esse triste moucharrabieh,
nascido de hábitos esclavagistas,
e em vez de usarem esse véu (voile),
parti, soltai as velas (voiles)

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