Neste mundo dos livros e leitores, há coisas que escapam completamente a um autor, como, por exemplo: Por que razão, um livro que achamos que vai ter sucesso - seja pelo assunto, seja pela personagem ou (também) porque foi uma obra a que demos mais tempo e mais trabalho, que consideramos a mais rica em conteúdos e ligações com outros temas, até por ter tido melhores críticas dos entendidos - acaba afinal por suscitar menos interesse aos leitores do que todas as nossas obras anteriores?
Para meu espanto, e com bastante pena minha, vejo que esse fenómeno parece estar a acontecer com o meu romance "O Corsário dos Sete Mares - Fernão Mendes Pinto". Pensei que um livro que leva o leitor numa incrível viagem no tempo, por toda a Ásia dos Descobrimentos, haveria de despertar um interesse ainda maior do que o alcançadp pelas duas obras anteriores sobre o tema da Expansão Portuguesa. Com ele, eu dei por concluída a minha saga dos portugueses, fechando-a com chave de ouro, segura que depois dele, os meus leitores ficariam com um bom conhecimento deste período riquíssimo da nossa História.
Por isso escolhi para protagonista Fernão Mendes Pinto, um homem extraordináriao, injustamente tratado pela pelos críticos dos séculos posteriores ao da publicação da sua obra Peregrinação (que foi um bestseller no sec. XVII na Europa, com inúmeras edições em várias línguas).
Será possível que a rábula do «Fernão Mentes? Minto.», tão infame como injusta ( mas que é talvez a única coisa que a maioria dos portugueses ouviu sobre este aventureiro ), se tenha inscrito como um ferrete de eterno desprezo sobre o seu nome, apesar dos estudos actuais que o devolvem à dignidade e valor que merece?
Será por isso que este meu romance, que procurava dar-lhe visibilidade e fazer-lhe justiça, está a ter menos sucesso do que os outros? Por não gostarem da personagerm Fernão Mendes Pinto?
Se for, tenho uma grande mágoa, embora não lamente os quase 4 anos anos que levei a escrevê-lo. Fernão Mendes Pinto vale mesmo a pena e o esforço.
3 comentários:
Há filhos que demoram mais do que outros a crescerem deixando os pais algo preocupados por não encontrarem razões para tal procedimento.
E depois, sem que se vislumbre o motivo, crescem num ápice e não poucas vezes ficam maiores que os irmãos.
Não faço ideia se com os livros acontece o mesmo porém não estranharia que sim.
A feira deste ano pode ser mesmo um impulso nesse sentido. Eu acredito nisso.
Beijo (com sorrisos, sempre)
Cara Deana,
Vai ser a minha próxima compra literária, fica a promessa.
Relacionado com o assunto e no caso de ainda não conhecer fica aqui a sugestão de uma grande obra de arte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Por_Este_Rio_Acima
Um abraço,
João Ribeiro
Obrigada, João Ribeiro! Espero que o meu romance lhe dê prazer. A mim deu-me imenso gosto a descobertade de tantos factos e histórias fantásticas, apesar de todo o trabalho que tive com este livro. mas a pesquisa foi espantosamente enriquecedora. Só tenho pena das histórias que deixei no limbo, por não as poder pôr todas no romance.
Um abraço.
Deana Barroqueiro
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