Tristeza prolongada, desinteresse
ou falta de prazer em qualquer actividade, falta de energia, cansaço
persistente, falta de concentração e de memória, falta ou excesso de
apetite, alterações no sono (sonolência ou perda de sono), diminuição
gradual da líbido, baixa auto-estima, ansiedade, apatia. Os sinais podem
ser muito diversos de pessoa para pessoa.
Mas há algumas causas nutricionais que podem estar por detrás desta
sintomatologia. Saiba o que pôr no prato para aumentar a memória,
diminuir o cansaço e nutrir as ideias, segundo 20 especialistas que
partilharam num artigo publicado recentemente no The Lancet Psychiatry,
em nome da Sociedade Internacional para a Investigação em Psiquiatria
Nutricional (ISNPR), os 10 nutrientes essenciais para o cérebro, de
acordo com o agregador O Meu Bem Estar.
1.Ácidos gordos ómega-3, com potencial utilidade no
transtorno bipolar, depressão, transtorno de stress pós-traumático e na
prevenção da psicose. Estes nutrientes estão envolvidos na modulação da
síntese, degradação e recaptação de neurotransmissores, tais como
adrenalina, serotonina e dopamina. E também têm efeitos
anti-inflamatórios importantes para a formação de novos neurónios
através do factor neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e relacionado
com a nutrição do tecido nervoso. Os ácidos gordos ómega-3, presentes no
atum, sardinhas, anchovas, salmão, cavala, linguado, entre outros, têm
mostrado um papel protector contra doenças neurodegenerativas, como a
doença de Alzheimer.
2.A vitamina B, especialmente os folatos (B9) e B12,
são essenciais para o bom funcionamento dos neurónios. A deficiência de
folato (vit B9) é comum em pessoas deprimidas e está associada a uma má
resposta aos anti-depressivos. Administrada com anti-depressivos
melhora a resposta e o início da recuperação. Pode ser encontrada nos
peixes, lacticínios, ovos e levedura de cerveja.
3.A colina é a molécula precursora da acetilcolina,
um neurotransmissor envolvido em muitas funções, incluindo na memória e
no controlo do músculo. Juntamente com a w3 e a uridina, é um nutriente
essencial para a formação de novos neurónios. Pertence ao grupo da
vitamina B e está presente nos mesmos alimentos.
4.O ferro, juntamente com várias proteínas, está
envolvido em processos tão importantes como o transporte de oxigénio, a
formação de bainhas de mielina que revestem as fibras nervosas (axónios)
e permitem a transmissão de impulsos nervosos, e a síntese de
neurotransmissores que permite aos neurónios comunicar. Pode ser
encontrado em frutas e legumes, peixe, carne, lacticínios, grãos e
nozes, ovos.
5.O zinco é um modulador do sistema imune e da
formação de novos neurónios no hipocampo, através do gene BDNF. Os
suplementos de zinco melhoram o humor, especialmente quando são
associados à toma de anti-depressivos. Alimentos que contêm zinco:
legumes, banana, cereais integrais, peixe, alface, espinafre,
couve-de-Bruxelas.
6.O magnésio desempenha um papel essencial no
cérebro, coração e músculo-esquelético. Os suplementos de magnésio são
eficazes no tratamento da depressão e da enxaqueca. Legumes, frutas,
nozes, peixe, cereais, legumes, laticínios são ricos neste nutriente.
7.A S–adenosil metionina (SAMe), uma molécula
natural encontrada em todos os organismos vivos, está envolvida na
regulação do humor. Alguns ensaios clínicos avaliam a sua eficácia como
anti-depressivos. A metionina está presente em peixes, carnes e sementes
de sésamo.
8.A N-acetilcisteína (NAC)é eficaz no transtorno
bipolar, esquizofrenia e outros comportamentos compulsivos. Tem
actividade anti-inflamatória, antioxidante e neuroprotectora. A
N-acetilcisteína (NAC ou) é uma forma mais estável do aminoácido
L-cisteína e está presente em peixes, carnes e nozes, vegetais, entre
outros.
9.A vitamina Dé uma neuroesteróide e em baixas
concentrações nas mulheres grávidas está associada a um menor risco de
esquizofrenia. A sua deficiência também favorece os sintomas
depressivos. Pode ser encontrada nos lacticínios, peixes oleosos, ovos,
cereal.
10.Os aminoácidos são essenciais para combater a
depressão. Nove aminoácidos não conseguem ser produzidos pelo organismo e
têm por isso que ser fornecidos pela alimentação (aminoácidos
essenciais). As fontes completas de aminoácidos são as carnes, peixes,
ovos, lacticínios. Nas fontes vegetais a mais completa é a soja, sendo
que a combinação de outros alimentos como arroz e feijão também nos
podem fazer esse aporte. Dietas restritivas só com saladas e sopas podem
resultar em depressão.
O aminoácido essencial Triptofano é necessário para a formação da serotonina, um neurotransmissor essencial ao bom humor.
Foto: la.kien / Creative Commons
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