Sugestão de oferta para o Natal, da crítica de Gastronomia, Alexandra Prado Coelho,
21/12/2020
CRÍTICA DO GASTRÓNOMO FORTUNATO DA CÂMARA NA REVISTA DO EXPRESSO
Colheita gastroliterária de 2020: este é um dos quatro grandes livros de gastronomia do ano
<<O lote de letras gastronómicas deste ano faz-se de quatro castas: literatura, investigação, antropologia e ciência>>
TEXTOS FORTUNATO DA CÂMARA
Quem somos e do que é que gostamos enquanto seres humanos? Como é que as receitas que julgamos serem ‘as de sempre’ nos moldaram a cozinha dita tradicional? Ou porque é que temos a ameixa de Elvas como um património alimentar, ainda que saibamos pouco acerca da sua origem, e as algas nos pareçam tão distantes sendo um alimento quase omnipresente na costa portuguesa? Há perguntas que se calhar nunca fizemos até as vermos formuladas, mas é bom saber que há livros que as tentam esclarecer. O vírus estará mais longe de quem estiver sentado no recolhimento da sua casa, de mente curiosa e a ler um livro com as mãos a exalarem perfume a álcool-gel... A sugestão que se segue talvez funcione como ‘retroviral’.
UMA FESTA SEDUTORA DE PALAVRAS SABOREADAS
O calibre literário da primeira sugestão está intimamente ligado ao percurso da sua autora. Deana Barroqueiro tem um percurso sólido enquanto escritora de romances históricos, e agora com o lançamento desta “História dos Paladares” acrescenta requinte gustativo à sua prosa literária. A obra de fôlego, que ultrapassa as 460 páginas, divide-se em onze capítulos numa ordenação incomum onde se agrupam paladares: Lêvedos / Fintos / Alentadores (Capítulo II); Doces / Melosos / Sacarinos (Capítulo VI); Cremosos / Coalhados / Bolorentos (Capítulo X), só para citar alguns exemplos. O que se verifica é que a autora detalha com humor e deleite um miríade de ‘paladares’ alinhados ao longo da história, baseada numa extensa lista bibliográfica de fontes que surgem no final da obra.
As centenas de textos de pequena e média dimensão vão desfilando intercalados com inúmeras receitas, algumas oriundas de livros conhecidos, sendo outras de recolha livre e popular. O alinhamento dos conteúdos assemelha-se a vórtice informativo que nos impede de interromper a leitura, numa espécie de festim de saberes e sabores que não queremos que termine. Nos subtítulos ora surgem citações de autores célebres ou ditados de cariz popular, muitas vezes num registo bem-humorado.
Algumas rubricas como “Uma História de Pasmar” ou “História da Nossa História” são recorrentes e funcionam como um complemento a um dos ‘paladares’ que está a ser dissecado. Uma dessas histórias de pasmar, como a própria autora a classifica, é “o azeite Herculano” que o escritor Alexandre Herculano produzia na sua quinta em Santarém, e que acabaria por ser premiado em certames internacionais, a ponto de ser alvo da cobiça pela qualidade que tinha. Segundo conta a autora, a empresa Jerónimo Martins & Filho Lda. chegou a falsificar azeite Herculano, comprando depois os direitos de comercialização do azeite ao escritor.
É de um grande banquete gastronómico, repleto de referências históricas, com várias culturas e épocas em pano de fundo que trata esta “História dos Paladares”. Sob a égide da “Sedução”, pois é nesse domínio envolvente que os temas são tratados ao longo da obra, Deana Barroqueiro seduz o leitor a percorrer de forma incessante este seu anunciado Volume I. Quanto ao segundo tomo, que irá ser regido sob a égide da “Perdição”, a autora promete estabelecer a relação entre a gastronomia e as artes. De momento este faustoso repasto de conhecimento promete saciar a curiosidade de muitos.
09/12/2020
Encuentro con Deana Barroqueiro - 1er. Encuentro Virtual de Escritores L...
02/12/2020
1º ENCONTRO VIRTUAL DE ESCRITORES LUSÓFONOS NA VENEZUELA
DEANA BARROQUEIRO REPRESENTA PORTUGAL
DIA 8 DE DEZEMBRO, ÀS 21 HORAS
26/11/2020
1640 - UM RETRATO DA RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL
A poucos dias do 380º Aniversário da Restauração da Independência Portuguesa do domínio espanholNo romance «1640», ao escolher para guias do leitor, quatro dos maiores mestres e cultores da língua portuguesa, fui forçada a meter-me na pele (ou a meter sob a minha pele) o épico Brás Garcia de Mascarenhas, a poetisa lírica Soror Violante do Céu, o maior prosador ibérico seiscentista D. Francisco Manuel de Melo e o pregador António Vieira, que deslumbrava pelo virtuosismo da expressão. Quatro narrações feitas em 1ª pessoa, que constituíram, para a escritora, um tremendo desafio, mas também um prazer sem limites.
17/11/2020
História dos Paladares - Crítica gastronómica
pelo Prof. Virgílio Nogueiro Gomes
História dos Paladares - Sedução
«Surgiu-me, inesperadamente, este volumoso livro que foi uma leitura agradável durante a semana passada. Não conhecia a autora, e talvez por isso, dediquei-lhe uma atenção especial. Este é o primeiro volume de “História dos Paladares” com o subtítulo “Sedução”. Do Prefácio transcrevo:
A erudição muitas vezes tolhe o espírito, pois provoca sobrecargas incontroláveis. Felizmente, Deana Barroqueiro é uma sábia fecunda que, depois de décadas de uma vida profissional dedicada aos alunos e a uma cidadania activa, prossegue essa mesma dedicação à grei oferecendo-nos pedaços da sua sabedoria. … A melhor forma de agradecermos a sua generosidade é lermos o seu texto para nos enriquecermos…
Autor: Deana Barroqueiro
Editora: PRIME Books
ISBN: 9789896554293
15/11/2020
História dos Paladares, de Deana Barroqueirto
13/11/2020
Deana Barroqueiro e os Paladares
Recensão de Carlos Fiolhais à História dos Paladares
de Deana Barroqueiro
29/10/2020
HISTÓRIA DOS PALADARES: I - SEDUÇÃO
A História dos Paladares é uma obra singular e ambiciosa, que não pode ser reduzida a uma vertente meramente histórica, embora principal, porque ela é muito mais do que isso, ao abarcar uma miríade de categorias, temas e estilos que a completam e lhe dão vida.
20/10/2020
HISTÓRIA DOS PALADARES
I - SEDUÇÃO
LEVANTANDO O VÉU...13/10/2020
SINOPSE DA HISTÓRIA DOS PALADARES
HISTÓRIA DOS PALADARES
I - SEDUÇÃO
Novo livro de Deana Barroqueiro |
AOS MEUS AMIGOS
31/08/2020
História com Paladares - Viagem Gastronómica à Beira Interior
11/06/2020
OS MODERNOS AUTOS-DE-FÉ
Odeio autos-de-fé, mesmo que sejam a estátuas (como fazia a nossa Santa Inquisição quando as suas vítimas fugiam: na sua falta, queimavam um boneco em tamanho natural).
O assassínio de George Floyd, nos Estados Unidos da América, provocou uma imensa onda de indignação que se propagou solidariamente a muitos outros países, onde também existem racismo e discriminação, mais ou menos encapotados. Infelizmente, e quase sempre, estes movimentos de indignação colectivos e globais, que começam com genuína boa-fé e generosidade, tendem a suscitar a histeria do politicamente correcto, que vem de mãos dadas com o fundamentalismo e a prepotência (apoiados na força do número de uma multidão exaltada, que pensa mais com o coração e as tripas do que com o cérebro), acabando por cair naquilo que é suposto serem contra - a violência, a destruição e a censura.
Sentimentos crus que levaram desde tempos imemoriais aos linchamentos e aos autos-de-fé "purificadores" das consciências, pelos que querem re-escrever a História, apagando do passado tudo o que lhes ofende a sensibilidade ou a causa que defendem.
Indigna-me que se censurem, proíbam e destruam estátuas, livros, monumentos e agora até filmes, que são obras-primas e testemunhos de um passado colectivo, que deviam permanecer como memórias de tudo aquilo que não devia voltar a acontecer (e que se repete, afinal, ao longo dos séculos), que nos permitem tirar lições e ilações, se não estivermos cegos pela ignorância e pela febre das redes sociais. Os nazis começaram por fazer fogueiras e queimar tudo o que era, na sua opinião enquanto raça superior, "a cultura decadente do Ocidente", depois passaram a meter os seus autores em guetos e campos de extermínio.
Ainda há bem pouco tempo o mundo se indignou contra os jihadistas do Daesh que destruíram os Budas gigantes do Afeganistão e os monumentos de Palmira, que degolam os americanos e fazem "limpeza" aos que não são da sua fé. Vejo agora, na América, e em alguns países da Europa, o mesmo histerismo prosélito de grupos a vandalizarem monumentos, a derrubarem estátuas e a lançarem-nas ao rio.
Senti o mesmo calafrio! Gente que não sabe conhecer o aceitar seu passado, com os seus defeitos e virtudes, estudá-lo e contextualizá-lo, preferindo destruí-lo e apagá-lo, é pouco mais do que um bárbaro ignorante. Esquece-se que qualquer movimento que pense o contrário, vindo a cavalo noutra grande ideia, fará o mesmo auto-de-fé às suas ideias e convicções.
Indigna-me, sobretudo, que as instituições académicas e culturais se acobardem com a censura destes novos inquisidores. Agora, até o grande clássico, de todos os tempos do Cinema, "E tudo o Vento levou", também está proscrito? Para quando as fogueiras de livros nas praças públicas?
Mutiladas as estátuas de Colombo e de outras personagens históricas, nos EUA (irão renegar os pais fundadores da nação, que tinham plantações com escravos?). Isto é também um vírus e não se cura com o confinamento, nem com a vacina, só com Estudo e Cultura.
10/06/2020
Pêro da Covilhã, herói de um Romance Histórico de Cavalaria
"O Espião de D. João II" ou Como recriar a vida e viagens de Pêro da Covilhã
Personagem incontornável no dealbar do Renascimento europeu, Pêro da Covilhã foi, durante séculos, praticamente desconhecido dos portugueses.Era um misto de James Bond e Indiana Jones português, mas de existência real, que levou a cabo duas das mais desejadas empresas do seu tempo: descobrir um caminho, por terra para a Índia das especiarias e achar o encoberto reino do Preste João, uma demanda que só tem paralelo na busca do Graal, pelos Cavaleiros do Rei Artur.
PORTUGU esses
NÃO SE DEVE COMPARAR MARTIN LUTHER KING COM GEORGE FLOYD
O que eu considero um erro, nesta luta seríssima contra o racismo, é meterem no mesmo saco o grande activista dos direitos dos negros, Martin Luther King, e um criminoso reincidente como George Floyd (um dos seus crimes foi o assalto com arma de fogo a uma mulher, que ia com o filho, uma criança).
Indignarmo-nos com a sua morte é uma coisa, transformá-lo num herói mundial, com cerimónias e romarias de homenagens ao seu caixão é outra: tira o valor e propósito à causa dos direitos dos negros.
A morte de George Floyd foi um acto de grande barbárie, infelizmente muito frequente na América e levantou grandes manifestações contra o racismo que já deviam ter acontecido nas outras ocasiões, forçando a uma nova legislação e regulação das polícias. E eu respeito a dor da sua família.
Eu nasci nos EUA, tenho dupla nacionalidade - americana e portuguesa -. mas, em vez de voltar para junto do meu pai, nesse país que era uma espécie de «El Dourado» para muitos portugueses, escolhi ficar por cá, porque me repugnava a mentalidade americana, esse racismo violento e visceral dos brancos contra os negros (e não só), aos quais na minha juventude ainda eram negados todos os direitos, havendo mesmo um apartheid em tudo semelhante ao da África do Sul, porque, para os brancos, os negros não passavam de descendentes dos seus escravos e, portanto, eram inferiores.
Toda a minha vida defendi os direitos das minorias, dos injustiçados, do perseguidos, e Martin Luther King (assim como outros activistas negros) foi um dos meus heróis, cuja morte chorei. A sua vida e morte fizeram diferenças, mas pouco mudaram na mentalidade da América profunda, aquela que venera Trump, ou na atitude criminosa e racista da polícia contra os negros, matando gente inocente com toda a impunidade.
Mas, terá o ladrão George Flyd, nos nossos dias de redes sociais e veneração dos "famosos" de pacotilha, mais valor do que Martin Luther King?Lamento, se assim for.
13/05/2020
Romance Histórico de Reconstrução: O Navegador da Passagem
O Navegador da Passagem, sobre as viagens de descobrimento de Diogo Cão e Bartolomeu Dias em busca do «cabo» de África e de uma derrota para a Índia das especiarias, onde cabe também o achamento do Brasil.
do Brasil
TRUMP, O «CROMO» AMERICANO
O Presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou a conferência de imprensa de segunda-feira, na Casa Branca, depois de sugerir a uma jornalista de origem chinesa que dirigisse à China a sua pergunta sobre a realização de testes à covid-19 nos Estados Unidos.
Weijia Jiang, uma repórter norte-americana do canal de televisão CBS nascida na China e que emigrou para os Estados Unidos com os seus pais aos dois anos de idade, questionou Trump sobre a sua insistência em salientar o número de testes realizados no país.
“Refere muitas vezes que os Estados Unidos estão a fazer um trabalho muito melhor do que qualquer outro país no que diz respeito aos testes”, disse a jornalista. “Porque é que isso importa?”, questionou. “Porque é que olha para isto como uma competição global, quando todos os dias os americanos continuam a perder as suas vidas e continuamos a ter mais casos a cada dia que passa?”
Na resposta, o Presidente norte-americano disse que “há pessoas a perder as suas vidas em todo o mundo”.
“Talvez devesse fazer essa pergunta à China”, sugeriu Trump à jornalista. “Não me pergunte a mim, pergunte à China. Quando lhes fizer essa pergunta, talvez receba uma resposta muito invulgar.”
Em seguida, o Presidente norte-americano apontou para a jornalista que estava atrás de Weijia Jiang, a correspondente da CNN Kaitlan Collins, pedindo-lhe que fizesse outra pergunta. Mas a repórter da CBS reagiu: “Porque é que me fez essa pergunta a mim, especificamente, sobre a China?”
“Não estou a dizer-lhe especificamente a si, digo-o a qualquer pessoa que me faça uma pergunta desagradável”, respondeu o Presidente norte-americano.
Ao ver que a correspondente da CNN permitira que Weijia Jiang fizesse uma segunda pergunta antes de ela própria tomar a palavra, Donald Trump recusou-se a responder a Kaitlan Collins e passou à jornalista seguinte, Yamiche Alcindor, do canal público PBS.
Donald Trump deu por concluída a conferência de imprensa e abandonou os jardins da Casa Branca quando a jornalista Yamiche Alcindor também quis esperar que a sua colega da CNN fizesse uma pergunta.
06/05/2020
05/05/2020
DIA MUNDIAL DA LÍNGUA PORTUGUESA
Alerta contra o radicalismo e terrorismo
Fiscalização das secretas alerta para jihadistas, supremacistas e radicais: Do terrorismo clássico à emergência de novos desafios, os fiscalizadores desfilam aos deputados uma série de perigos e necessidades.
No relatório sobre as suas actividades em 2019 divulgado esta segunda-feira, o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (CFSIRP), que tem a responsabilidade de fiscalizar a actividade dos serviços de informação portugueses - SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa) e SIS (Serviço de Informações de Segurança) -, alerta os deputados para diversos riscos.
Às referências, já habituais, ao jihadismo e ao perigo do regresso à Europa dos combatentes estrangeiros na guerra da Síria, ou o ciberterrorismo, o novo relatório assinala a extrema-direita racista e grupos conotados com as teses da supremacia branca e o aceleracionismo radical. Referindo-se aos riscos do terrorismo de matriz islamista jihadista da Al Qaeda e de outros grupos, como o auto--denominado Estado Islâmico que o relatório admite ser uma das “preocupações centrais dos serviços de informações portugueses, a fiscalização da secreta deixa um aviso: estas organizações têm demonstrado “assinalável resiliência e a realidade patente em várias zonas do continente africano (...) que não apenas na região do Sahel”, prossegue o texto assinado pelo jurista Abílio Morgado, o parlamentar socialista Filipe Neto Brandão e o antigo deputado do PSD António Rodrigues. Um fenómeno que os relatores classificam como disseminação por vários territórios e que, sublinham, “deve reclamar a preocupação da comunidade internacional, da Europa e de Portugal”.
O CFSIRP adverte, ainda, “que não está ultrapassada a delicada questão do regresso dos chamados combatentes estrangeiros, incluindo dos respectivos familiares”. Uma situação que afecta a cidadãos portugueses ou luso-descendentes e suas famílias. O conselho de fiscalização dos serviços de informações avisa, também, para os riscos de “extremismos violentos” de grupos conotados com a “supremacia branca” e radicais do chamado “aceleracionismo”. Estes últimos, anota o relatório, são uma tendência externa que ganha evidência.
O aceleracionismo é uma corrente, marginal, que se baseia na ideia de que o sistema capitalista deveria expandir-se, ou seja, acelerar, para causar uma mudança social radical, segundo a descrição feita num artigo publicado em 2017 pelo jornal britânico The Guardian. Sobre esta questão, o relatório apenas enuncia o problema. Considerando a actual situação de pandemia de covid-19, o CFSIRP não avança com propostas além das que já formulara no relatório do primeiro semestre da sua actividade em 2019. Então, defendia a revisão global do enquadramento normativo das secretas para o adaptar às exigências de segurança nacional, numa indirecta aos condicionamentos económicos vividos no SIRP, SIED e no SIS.
Mas, no relatório de Novembro de 2019, os fiscalizadores insistiam na urgência do acesso aos metadados, dados de tráfego e das comunicações sem acesso aos conteúdos das chamadas e das mensagens escritas. Um método que consideravam indispensável à segurança nacional para aprofundar a cooperação internacional, conferindo aos serviços de informação portugueses a legitimidade na lógica de reciprocidade com os serviços de informação congéneres no estrangeiro.
03/05/2020
A arte de fazer um Romance Histórico
Virtudes e defeitos deste género literário
Deana BarroqueiroCada roca com seu fuso, cada escritor com seu uso…
29/04/2020
BOLSONARO SOBRE NÚMERO DE MORTOS POR COVID-19: "NÃO SOU COVEIRO"
Bolsonaro perante o número recorde de mortes por covid-19 no Brasil: “Lamento, mas quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagres” - , fazendo um trocadilho com o seu nome [Jair Messias Bolsonaro], após ser questionado por jornalistas sobre o facto de o Brasil ter ultrapassado o total de mortos da China, com um recorde de 474 óbitos nas últimas 24 horas, totalizando agora 5.017 óbitos.
Há dias disse que não sabia do número de mortos porque "não.era coveiro". E esta criatura desprezível é o presidente do Brasil!
27/04/2020
OS CROMOS DO CORONAVÍRUS: TRUMP
Donald Trump sugeriu, na última conferência de imprensa da Casa Branca sobre a Covid-19, que a injecção de desinfectante no corpo poderia ajudar a matar o novo coronavírus. O Presidente lançou ainda a hipótese de expor os doentes a radiações ultravioleta, uma vez que este vírus pode ser sensível ao calor.
As declarações de Trump provocaram rapidamente manifestações de preocupação por parte da comunidade médica, que previa o que aconteceu, pois o número de envenenados com detergentes que foi parar aos hospitais, mostra como a América profunda sofre de um atraso quase medieval, em termos de mentalidade.
OS «CROMOS» DO BRASIL: OS IRMÃOS «METRALHA»?
Esta notícia é sobre outros irmãos suspeitos do Brasil:
Carlos Bolsonaro |
A Polícia Federal brasileira identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do Presidente, Jair Bolsonaro, como um dos líderes de um esquema ilegal de desinformação, segundo uma investigação sigilosa conduzida pelo Supremo Tribunal Federal, divulgada pela imprensa local.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o inquérito foi aberto em Março do ano passado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para apurar o uso de notícias falsas para ameaçar e caluniar juízes daquele tribunal.
O jornal detalha ainda que Carlos, segundo filho do chefe de Estado, é investigado por suspeita de ser um dos líderes do grupo que cria e divulga notícias falsas, de forma a intimidar e ameaçar autoridades públicas na internet. A Polícia também investiga a participação no esquema do seu irmão e deputado federal, Eduardo Bolsonaro.
Os Irmãos "Metralha" com o seu papai |
OS "CROMOS" DA COVID-19 EM PORTUGAL
Como o presidente da Câmara de Trofa, o social democrata Sérgio Humberto, que devia ser imediatamente demitido das suas funções, para as quais não tem formação nem moral, nem política.
«O presidente da Câmara da Trofa colocou um ‘gosto’ numa publicação no Facebook que apelava à transformação da Assembleia da República numa câmara de gás, precisamente por causa da celebração do 25 de Abril numa altura em que as pessoas estão obrigadas a ficar em casa. O coordenador da equipa de assistentes operacionais da Câmara da Trofa escreveu o seguinte "Se houver quem ponha aquele espaço a funcionar como uma câmara de gás, eu pago o gás". O presidente da câmara ‘gostou’ do que leu.
Apesar desta boçalidade, pelos vistos, para o PSD, não há drama, pois, como justificou o presidente da distrital do PSD Porto, Alberto Machado:
“Não estamos a falar da página oficial do autarca”.»
(Expresso)
São estes "cromos" - nas fotos, respectivamente, Sérgio Humberto e Alberto Machado - que envergonham a Democracia e a Liberdade!
21/04/2020
SAMS - UM HOSPITAL FECHADO DURANTE A PANDEMIA?!
UM HOSPITAL BEM EQUIPADO, FECHADO DURANTE A PANDEMIA?!
E não há quem se escandalize? Os sócios, sem hospital, calam-se? Os media não se interessam? As redes sociais, sempre tão indignadas, não protestam?
O hospital é o do SAMS, do sindicato dos bancários.
O hospital anuncia-se assim: «Inaugurado em Setembro de 1994 e em funcionamento desde Novembro do mesmo ano, o Hospital do SAMS constitui uma aposta clara no alargamento e melhoria dos cuidados de saúde disponibilizados aos Beneficiários e Utentes. Assente em critérios como a Qualidade e a Inovação, reúne condições únicas ao nível de capacidade e diversidade de serviços. Concebido na perspectiva de desenvolver uma gestão de recursos humanos e materiais ao serviço de uma medicina de qualidade, humanizada e tecnicamente avançada, é, sem dúvida, um Hospital projectado para o futuro.»
Nem mais! Muita parra e pouca uva, porque, quando os portugueses precisam dele, fecha-se em copas!
Numa altura em que o Governo está a montar hospitais de campanha em Lisboa — e não só — para fazer face ao crescente número de casos do novo coronavírus, os Serviços de Assistência Médico-Social (SAMS), que são geridos pelo Sindicato dos Bancários Sul Ilhas (SBSI) — actual Mais Sindicato —, têm todas as suas unidades de saúde fechadas, nomeadamente o hospital localizado nos Olivais, que não tem data prevista de reabertura.
Quem mandou fechar o hospital e porquê, numa altura tão complexa para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em que está a ser feita uma articulação com o sector privado, para garantir o cuidado de um número cada vez maior de doentes?
A Direcção-Geral de Saúde (DGS) garante que a autoridade de saúde local apenas determinou o “a suspensão provisória” da urgência e não de toda a unidade hospitalar:
“A Autoridade de Saúde Local determinou a suspensão provisória de actividade do Serviço de Urgência do hospital, como medida cautelar, na sequência da detecção de casos confirmados de COVID-19 em profissionais de saúde neste serviço. O encerramento de toda a unidade dos SAMS nada tem a ver com esta determinação da Autoridade de Saúde Local”, refere a DGS.
A Direcção do Hospital SAMS terá aproveitado a Pandemia para pôr os seus médicos, enfermeiros e auxiliares (que tanta falta fazem) em "lay-off"?
E os seus sócios doentes, que ficaram abandonados, vão parar ao SNS, que está a braços com os infectados da Covid-19?
E o governo não tem poder para requisitar este hospital?
Ricardo Jorge contra a peste bubónica no Porto
No ano passado assinalaram-se os 120 anos do último foco de peste bubónica numa cidade da Europa ocidental. Esse surto aconteceu no Porto, e o seu estudo e combate devem-se, em grande medida, à acção de um médico notável, Ricardo Jorge (1858-1939). Portuense de origem humilde, foi um aluno brilhante, tendo-se matriculado na Escola Médico-Cirúrgica com apenas 16 anos, numa época em que a ciência ainda era socialmente desvalorizada, se comparada com as humanidades. A sua actividade como médico e professor centrou-se no desenvolvimento da medicina e na modernização do seu ensino, que acusava de escolástico, dogmático e caduco. Em 1881, foi um dos fundadores da “Revista Scientifica”, a qual juntava cientistas com reformadores políticos e sociais (republicanos e socialistas). Em 1884, passou a ocupar-se da higiene pública e, no mesmo ano, promoveu quatro conferências sobre higiene, sepulturas, cemitérios e cremação, que seriam publicadas no livro “Higiene Social Aplicada à Nação Portuguesa”, onde propunha, perante o cenário insalubre com que se deparou, que o Estado criasse um sistema de saneamento. Pouco depois, seria convidado para integrar uma comissão de estudo das condições sanitárias na cidade, no âmbito da qual redigiu o relatório “O Saneamento no Porto”. Em 1899 publicou “Demografia e Higiene da Cidade do Porto: Clima, População, Mortalidade”, em que descrevia a cidade e identificava as condições habitacionais e de higiene das ilhas como causas de proliferação de doenças.
A peste no Porto
O livro “A Peste Bubónica no Porto” reúne os relatórios médicos destinados às autoridades civis, redigidos por Ricardo Jorge entre Julho e Agosto de 1899. Ler estes documentos nesta altura é uma viagem extraordinária. Apesar de a covid-19 e a peste bubónica serem distintas, não só porque a primeira é um vírus e a segunda é provocada por uma bactéria mas sobretudo porque as condições sociais de habitação e higiene foram determinantes para contrair a peste, transmitida por pulgas de ratos, ficamos a conhecer uma parte importante do debate sobre políticas públicas de saúde através destes relatórios. Também descobrimos as medidas que há mais de um século foram tomadas para travar o contágio da peste, num cenário de ausência de qualquer medida de apoio social aos infectados. No dia 4 de Julho de 1899, Ricardo Jorge recebeu um bilhete enviado por um negociante da Rua de São João que o alertava para estranhos falecimentos ocorridos na Rua da Fonte Taurina, na Ribeira. Ele próprio lá se dirigiu, recolheu amostras e fez o estudo bacteriológico do material recolhido nos bubões dos infectados. A sua primeira batalha foi provar que se tratava de peste bubónica e que ela, afinal, não estava erradicada da Europa há 300 anos, como se pensava; a segunda foi provar que se tratava de uma epidemia e não de um caso isolado. O debate sobre as medidas profilácticas e sanitárias a tomar, da construção de balneários públicos à perseguição dos agentes transmissores (cada rato grande entregue numa esquadra de polícia valia 20 réis, 10 réis se fosse pequeno), está intimamente ligado com estas questões. Cerca de dois meses depois, foi imposto um cordão sanitário à cidade, controlado pelo Exército, o que originou a revolta quer das elites quer das classes populares. O Porto foi cercado. Suprimiram-se os comboios, as feiras e as romarias, foi imposta uma quarentena de nove dias aos passageiros e trabalhadores dos comboios. No entanto, foram as medidas radicais anti-contágio de Ricardo Jorge, nomeadamente as respeitantes ao isolamento dos infectados, que contiveram a doença e, consequentemente, a mortalidade.
As barreiras sociais na doença
As descrições minuciosas feitas por Ricardo Jorge das condições higiénicas e de habitação em que viviam os infetados são um verdadeiro trabalho etnográfico, que desenha o retrato do Porto, a anatomia social da cidade. Nos seus relatórios encontramos também reflexões sobre reações ao cerco da cidade, que provocaram a asfixia de toda a atividade comercial e industrial, resultando em desemprego e dificuldades de abastecimento de bens alimentares, de onde surgiu uma grande agitação social, de que o próprio médico seria vítima. Ricardo Jorge demarcou-se de muitas regras sanitárias impostas administrativamente, invocando simultaneamente razões sociais e científicas, numa crítica interessante à ausência de articulação entre a política e a medicina na escolha de medidas. De tal modo o debate foi intenso que a Sociedade de Medicina e Cirurgia (Agosto de 1899) lhe enviou uma mensagem, assinada por 52 médicos, na qual sublinhava a sua “coragem cívica, a sua serenidade em meio da desorientação geral, a sua devoção pela causa pública, a compreensão nítida dos seus deveres”, revelando a querela entre decisores políticos e associações médicas, que reivindicavam a importância do conhecimento científico e a necessidade de este valer no desenho das medidas de combate à peste.
Se as classes populares não sabiam, o aparelho do Estado era incompetente para decidir por si as medidas higienicamente mais convenientes. Dizia Ricardo Jorge: “Cidade porca na rua e em casa, mobilize-se um exército não para sitiá-la mas para limpá-la”, numa crítica evidente à imposição do cerco. Banhos obrigatórios, desinfecção de roupas e casas, isolamento, notificação obrigatória de infecção eram algumas das medidas que defendia.
O ataque contra Ricardo Jorge
A alteração da rotina e do negócio quotidiano, aliada à ignorância e ao medo, fizeram de Ricardo Jorge um alvo preferencial da fúria popular, tendo sido mesmo acusado de sair “misteriosamente de noite a deitar ratos pestosos nas sarjetas” ou que seria ele quem “espalha e entretém a epidemia”. Um dia, perante a detecção de um caso num bairro pobre da cidade, a brigada sanitária cercou o prédio. A infectada, para escapar à brigada, atirou-se da janela e morreu. Ricardo Jorge foi logo acusado pelos vizinhos. A turba em fúria dirigiu-se à casa onde julgava viver o médico, para a apedrejar. Valeu-lhe já não residir nessa moradia da Rua do Almada. Mas foi, logo depois, sitiado em sua casa e preparou-se para o confronto de caçadeira na mão, valendo-lhe, porém, a chegada da cavalaria da Guarda Municipal, que dispersou a multidão. Pouco depois, em Outubro de 1899, Ricardo Jorge partiu para Lisboa, onde foi nomeado inspector-geral dos Serviços Sanitários do Reino, lente de Higiene na Escola Médico-Cirúrgica e membro do Conselho Superior de Higiene e Saúde. A ele se deve a organização dos Serviços de Saúde Pública.
Hoje é indiscutível a importância da saúde pública no combate a epidemias. Sabemos que sem um Serviço Nacional de Saúde e sem medidas de apoio social o mapa da tragédia seria o das fronteiras sociais, como no tempo da peste bubónica. Ricardo Jorge ajudou-nos a perceber uma epidemia e como o serviço público de saúde é uma condição da democracia. É o que Portugal lhe deve.
Artigo publicado no jornal “Expresso” a 10 de Abril de 2020