Os dados, baseados no controlo das visitas e revelados à agência Lusa
pela Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das
Linhas de Torres, não têm comparação com os anos anteriores, porque "só
de vez em quando havia turistas a visitar os fortes", explicou José
Alberto Quintino, presidente daquela entidade e, também, da Câmara de
Sobral de Monte Agraço.
Até maio deste ano, pelo menos 4.600 pessoas visitaram o território, como é o caso de Conceição Castro, que "esperou imenso tempo" e ficou com "uma impressão muito boa" do que viu.
Esta professora de francês integrou recentemente um grupo de mais 15 pessoas, transportado por uma empresa de turismo cultural de Lisboa para o Sobral de Monte Agraço, onde visitaram locais como o centro interpretativo e o Forte do Alqueidão, considerado o posto de comando de Wellington, o general que comandou as tropas luso-britânicas contra o exército francês, no período das invasões francesas, entre 1807 e 1814.
"Quando divulgámos a visita, as pessoas mostraram muito interesse em
vir porque não conheciam. Ouve-se falar das Linhas de Torres, mas muitas
não sabem o que é e têm curiosidade em vir conhecer. Por isso há muitos
interessados", disse o operador turístico, Albano Pires, enquanto o
grupo visitava o Forte do Alqueidão.
Os municípios investiram mais de dois milhões de euros na abertura de
centros interpretativos e na recuperação dos fortes, que vieram a dar
origem à Rota Histórica das Linhas de Torres, que em 2010 foi visitada
pelo Presidente da República e este ano ganhou o prémio internacional
Europa Nostra.
"Os fortes estavam completamente inacessíveis, degradados e tapados de
vegetação. Houve a sua recuperação, ficaram visitáveis e tem-se
verificado uma grande afluência de público, não só de cidadãos e de
escolas dos concelhos, cujos alunos participam nas campanhas
arqueológicas, mas também de estrangeiros", explicou o autarca.
Os dados existentes apontam para mais de meio milhar de estrangeiros
por ano, números que levam os municípios a concluir que existe potencial
turístico, tendo em conta que a maior parte "são ingleses, porque é uma
temática que lhes agrada muito, ao contrário dos franceses".
Nesse sentido, querem avançar com a promoção da rota entre os agentes
turísticos, que pretendem candidatar aos novos fundos comunitários, para
atrair mais visitantes e dinamizar a economia local.
As Linhas de Torres designam o conjunto das 152 fortificações construídas nos seis concelhos sob a orientação do general inglês Wellington, comandante das tropas luso-britânicas no período das invasões francesas, para defender Lisboa das tropas napoleónicas entre 1807 e 1814.
Como forma de reconhecer os acontecimentos que levaram à derrota do
imperador Napoleão Bonaparte e ao fim do domínio francês na Europa, a
Assembleia da República instituiu já o dia 20 de outubro como Dia
Nacional das Linhas de Torres.
com LUSA
com LUSA
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