António José Teixeira SIC Notícias
(...) Perante o descalabro das contas públicas e privadas, a resposta do Estado tende a ser cega quando seca orçamentos e totalitária quando se trata de cobrar impostos. A máquina fiscal desenvolveu nos últimos anos uma capacidade de captura absolutamente fantástica. Talvez não seja a palavra adequada, mas em qualquer caso revela bem como os nossos amigos credores nos têm obrigado a um confisco extraordinário.
(...) Quando se pensa que o saque já ultrapassou todas os recordes, outros são batidos para consolo da administração. O nosso desconsolo é quando olhamos para aqueles para quem a exiguidade de recursos é apenas retórica centralista. O demissionário Alberto João Jardim continuará a gozar com o erário público, independentemente de quaisquer passivos acumulados, de haver ou não dinheiro, da falência de empresas e projetos.
Ele gosta de fazer «tudo e
mais alguma coisa», de inaugurar a qualquer custo, e daí não saiu
democraticamente há 38 anos. Um dos seus caprichos absolutamente
delirante é o Jornal da Madeira, onde continua a
injectar milhões. A Região Autónoma tem 99% do capital do jornal e aí
esbanja dinheiro sem vantagem para os madeirenses. Há uma semana, poucos
dias antes de anunciar a sua demissão, lá depositou mais 2,6 milhões de
euros… Já ninguém se espanta. É o habitual. E nem a austeridade
reinante o tem afastado deste rumo.
Agora que Alberto João Jardim está prestes a abandonar o palácio de governo, não podemos deixar de nos interrogar sobre como foi possível que o escrutínio dos seus actos de gestão danosa tenha ficado tão aquém do necessário. Como foi possível que as instâncias fiscalizadoras tenham sido tão brandas e inconsequentes? Como foi possível que a lei fosse tantas vezes figura de estilo? Como foi possível o silêncio cúmplice de governos e presidentes? O voto em eleições é a suprema legitimação democrática, mas não dispensa em circunstância alguma o respeito da lei. Quantas vezes a lei foi assumidamente desrespeitada? Quantas vezes não se quis saber?
Jardim não está, nem esteve, só. Não foi o único a beneficiar de uma tolerância doentia. Outros, à frente da República, a desrespeitaram sem consequências. (...)
Agora que Alberto João Jardim está prestes a abandonar o palácio de governo, não podemos deixar de nos interrogar sobre como foi possível que o escrutínio dos seus actos de gestão danosa tenha ficado tão aquém do necessário. Como foi possível que as instâncias fiscalizadoras tenham sido tão brandas e inconsequentes? Como foi possível que a lei fosse tantas vezes figura de estilo? Como foi possível o silêncio cúmplice de governos e presidentes? O voto em eleições é a suprema legitimação democrática, mas não dispensa em circunstância alguma o respeito da lei. Quantas vezes a lei foi assumidamente desrespeitada? Quantas vezes não se quis saber?
Jardim não está, nem esteve, só. Não foi o único a beneficiar de uma tolerância doentia. Outros, à frente da República, a desrespeitaram sem consequências. (...)
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