28/08/2011

Pousada de S. Bento - Caniçada



Situada em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, nas proximidades da Caniçada, segundo nos diz o folheto da dita estalagem, teve origem numa casa particular que sofreu adaptações nos anos 60 e foi remodelada em 1990(muitíssimo bem, acrescento eu, que pude disfrutar desde vários ângulos, alturas e recantos a mais esplendorosa paisagem que possam imaginar. Vista do alto, a barragem da Caniçada, enquadrada por cordões de montanhas, de diferentes alturas, formações e cores, é um deslumbramento para os olhos.

Dali se pode partir para a exploração das matas (Albergaria) de vegetação ibérica sprotegida, procurar a nascente do rio Gerês, percorrer uma estrada romana, seguindo os seus marcos miliários e as suas pontes escondidas; repousar por fim os olhos magoados de tanto ver no azul das albufeiras que nos compensam da aspereza colossal do corpo de cimento que as contem. Barragens há muitas, de vários tamanhos e formas, quer do lado da serra da Cabreira, quer do Gerês...

Descobrir igrejas e santuários (S. Bento da Porta Aberta, belo nome, a sossegar-nos!), espinheiros e casas de pedra, árvores com raízes milenares que parecem saídas de um parque jurássico... Algum património cuidado com amor, outro deixado ao abandono e ao desleixo, apesar da seta castanha da autarquia que indica o local de interesse turístico.

Aldeias aconchegadas em presépios de rochas de fogo negro. E os colossais pedregulhos à beira das estradas, com formas de gente e de bicho, dispostos em maravilhoso equilíbrio, como sentinelas mágicas a velar pelos viajantes.

Vale a pena lá ir e ficar um pouco

Pousadas de Portugal



Para me arrancar ao computador e à obsessão do Fernão Mendes Pinto, o meu marido resolveu retomar uma antiga prática nossa em tempo de férias, de passar alguns dias em diferentes Pousadas de Portugal, lugares privilegiados para conhecermos melhor o nosso belíssimo país, não só as paisagens, mas também a História do lugar, as pessoas e a gastronomia da região.

Em todas tenho encontrado qualidade, conforto e bom gosto no aproveitamento das características do espaço, seja histórico, seja de paisagem natural, com um serviço cuidado e eficiente assegurado por funcionários simpatiquíssimos que nos fazem sentir acarinhados e bem-vindos.

Passei os meus anos na Pousada do Castelo de Palmela, numa suite espectacular, jantei uma magnífica empada de perdiz e, nessa noite, ao chegar ao quarto, tinha uma simpática oferta de champanhe, doces e fruta para comemorar! Que mais se podia pedir?
Ofereci-lhes o meu romance O Navegador da Passagem, que tem personagens ligadas aos Castelo de Palmela e à Ordem de Santiago, como D. Jorge, o filho bastardo de D. João II.

O complexo do Castelo, da Igreja e do convento (ocupado pela pousada) é digno de visita demorada e dele se disfruta uma espantosa vista.

Um passeio de barco pelo Sado para ver as suas margens, praias e os golfinhos é outro dos atractivos e não devem perdê-lo, se a oportunidade se vos apresentar.

Vale a pena visitar as escavações romanas de Tróia, agora preparadas para receber visitantes, mesmo com dificuldades motoras.