18/03/2021

Sabores da Memória 13 - Deana Barroqueiro

Uma entrevista que me fez o chefe João d'Eça Lima sobre a memória dos paladares. É notável o trabalho de informação que tem feito, na sua página do Facebook, a favor da nossa gastronomia, nestes tempos cruéis do confinamento.

15/03/2021

11/03/2021

CASA DAS RAINHAS DE PORTUGAL

 Data, pelo menos, do segundo reinado a fundação da casa das rainhas. Quase sempre estiveram afectas à casa das rainhas as vilas de Alenquer, Óbidos, Sintra, Chamusca e outros lugares. Tinham as esposas dos reis de Portugal todos os proventos e rendimentos destas terras, tendo a seu cargo a nomeação dos ofícios e a administração desses feudos, mas o senhorio iminente ficava geralmente reservado ao monarca. As rainhas tinham ainda outros rendimentos, tais como tenças sobre a receita das alfandegas, vintena do ouro de certas minas, etc. Com frequência os rendimentos eram arrematados a particulares. 

 A casa das rainhas, que até 1769 tinha uma administração especial e independente, passou, por ordem do marquês de Pombal, em 25 de Janeiro de 1770, a ser administrada pelo erário. Os rendimentos entravam no erário e as despesas pagavam -se segundo o determinado pelos decretos e ordens da rainha. Nas verbas de saída o tesoureiro do erário declarava qual o destino das quantias que pagava, excepto quando o dinheiro era para o bolsinho da rainha; neste caso o tesoureiro da coroa lançava, nas suas saídas, a quantia entregue ao tesoureiro da rainha, declarando que de tal verba não tinha este último que dar contas. A casa das rainhas foi extinta por D. Pedro IV, por decreto de 9 de Agosto de 1833, e seus bens incorporados na fazenda nacional. Desde então as rainhas de Portugal tiveram uma doação votada pelas cortes. 

 QUADRO DO PESSOAL DA CASA E ESTADO DAS RAINHAS 

Pessoal feminino (chegou a cerca 200 pessoas): 1 Camareira -Mor; 4 Damas de honor; 22 Damas; 6 Damas da câmara; 33 Açafatas; 34 Moças retretas; 1 Engomadeira; 2 Enfermeiras; 40 Moças de lavar; 24 Moças de quartos; 15 Porteiras; 3 Lavadeiras; 1 Moça de candeeiros; 12 Moças sem emprego certo.

 Pessoal masculino (cerca de 70 pessoas):
1 Estribeiro-mor; 5 Veadores; 1 Secretario;1 confessor; 1 Estribeiro-menor; 1 Mestre de picaria; 1 Comprador da guarda-roupa; 1 Estribeiro-mor da princesa; 5 veadores; 10 Porteiros das damas; 5 Varredores; 14 Moços da portaria das damas; 1 Capelão das damas. 1 Sapateiro; 1 Manteeiro; 1 Escrivão das cavalariças; 1 Fiel das ditas; 1 Moço do escrivão; 1 Alveitar; 7 Moços das cavalariças.

DOTES E ARRAS DAS RAINHAS

A "compra do corpo" era diferente dos dotes e arras. Até D. Afonso III os casamentos faziam-se por carta de metade ou de arras. As mulheres traziam apenas algum fato ou objectos móveis; eram os maridos que davam dote ou arras. Tal uso estava em harmonia com o código visigodo, que vigorou até ao século XIII. O esposo fazia á sua consorte certa doação pela compra do seu corpo. 

«Foi pelos fins do século XIII que começou a introduzir-se em Portugal a jurisprudência romana sobre casamentos, dando os pais ou tutores um dote à noiva. A primeira rainha de Portugal em cujo matrimonio se vê claramente a jurisprudência romana é Santa Isabel, mulher do rei D. Dinis; Isabel de Aragão foi com efeito a primeira rainha de Portugal que propriamente recebeu dote de seu pai. O marido também lhe fez doação de várias terras. 

«As rainhas de Portugal até ao reinado de D. Pedro I gozavam as arras logo que casavam e por toda a vida. Tinham as rendas e direitos reais, e nomeavam os oficiais fiscais das vilas, e às vezes os alcaides, reservando-se, poré
m, geralmente o rei o senhorio eminente ou superior dessas terras.» 

As arras eram os bens dados pelo marido, dependente da importância do dote que trazia a mulher, por quanto não deviam exceder a terça parte desse dote. 
 «O casamento contratava-se por carta de arras, ou por carta de metade. Vê-se que em algumas vilas o costume determinava a primeira forma — deixando a lei, contudo, ao arbítrio do marido escolher de preferência a segunda — ao passo que em outros lugares era costume serem os cônjuges meeiros nos bens, de sorte que por morte de um deles, o outro ficava com a metade que lhe coubera, podendo o que falecia testar livremente da outra quando não ficavam filhos ou outros herdeiros forçados.»
 Além das arras faziam os reis a suas mulheres doações voluntarias não sujeitas a regras fixas. 

Rainha Santa Isabel

AS RAINHAS ASSINAVAM OS DOCUMENTOS OFICIAIS 

Nos primitivos tempos da monarquia nos documentos importantes, como alienação de bens da coroa, doações, privilégios, etc., figurava o nome do rei, da rainha, dos infantes, prelados e principais magnates. Durou isto até ao reinado de D. Diniz. 

As quatro primeiras rainhas de Portugal figuram em todos os diplomas importantes de seus maridos. O nome da rainha acha-se geralmente em cima, no princípio do documento, logo depois do rei; algumas vezes aparece no fim do diploma. Acontecia também frequentemente estar no fim do documento outra vez o nome da rainha outorgando o que o rei mandava ou pondo limites ao que consentia. 

Ainda no tempo de D. Afonso II e de D. Diniz tinha bastante importância a anuência da rainha nos documentos públicos, a ponto de se ver figurar o nome da esposa dos monarcas em diplomas de doações feitas pelos reis a suas amantes ou a seus filhos bastardos, um costume que termina com a Rainha D. Isabel, mulher de D. Dinis. . A primeira rainha de Portugal que assinou documentos e de quem conhecemos a letra, foi D. Leonor Telles de Menezes, mulher de D. Fernando I. 

(Fonte; "Rainhas de Portugal" - Fonseca Benevides; outros)

INFLUÊNCIA DAS RAINHAS POR TRÁS DO TRONO

D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques

 Das rainhas não reinantes, algumas houve que tiveram grande influência na política em Portugal, mas nem todos os monarcas deram a suas mulheres grande ingerência no governo. Na consorte procuravam em geral os soberanos quase que exclusivamente a sucessão ao trono, alguns o amor, poucos lhes deixaram tomar grande influência na politica e na governação do estado. 

Tiveram grande influência nos negócios em Portugal especialmente três rainhas; D. Teresa, mulher do conde D. Henrique; D. Leonor Telles, mulher de D. Fernando I; e D. Carlota Joaquina, mulher de D. João VI. Contudo, grandes diferenças, porém, caracterizaram a política d'estas três rainhas:

D. Leonor Teles, a "Aleivosa"
 A primeira lançou as bases da independência de Portugal; a segunda e terceira conspiraram contra o seu país. D. Teresa lutou contra o poder de Leão e Castela para consolidar os fundamentos do novo estado; D. Leonor Telles à sua ambição sacrificou a independência da sua pátria; D. Carlota Joaquina, à procura de uma regência que sempre lhe escapava, não hesitou em conspirar contra o governo de seu esposo e contra a liberdade do reino. D. Teresa governou Portugal quatorze anos como regente, sustentando e afirmando a independência do novo estado, arrojadamente desmembrado da monarquia leonesa; D. Leonor Telles governou Portugal pela fraqueza de seu esposo e, depois de viúva, ainda foi regente alguns meses, sucumbindo à revolta dos portugueses comandados pelo mestre de Aviz, e à oposição dos castelhanos, que não tinha hesitado em chamar em sua ajuda. D. Carlota Joaquina, de intriga em intriga, de conspiração em conspiração, acusada pela opinião publica de não recuar mesmo perante o crime, não logrou, contudo, obter a regência que tanto ambicionava. 

D. Carlota Joaquina

Fora estas tiveram mais ou menos ingerência nos negócios do estado: D. Mecia Lopes de Haro, mulher de D. Sancho II; D. Beatriz de Gusmão, segunda mulher de D. Afonso II; Santa Isabel, mulher de D. Dinis; D. Leonor de Aragão, mulher de D. Duarte; D. Leonor de Lencastre, mulher de D. João II; D. Catarina d'Áustria, mulher de D. João III; D. Luiza de Gusmão, mulher de D. JoãoIV; D. Maria Francisca de Sabóia, mulher de D. Afonso VI e, depois, de D. Pedro II; D. Mariana d'Áustria, mulher de D. João V; D. Mariana Victoria, mulher de D. José I.

(Fonte: "Rainhas de Portugal"; outros)

10/03/2021

RAINHAS DE PORTUGAL DESDE 1094

 Desde o início da monarquia para 32 reis tivemos 41 rainhas



- 2 foram as rainhas reinantes: D. Maria I e D. Maria II. 
- 31 estiveram casadas em tempo em que seus maridos governaram Portugal, 
- 8 nunca chegaram a ser rainhas porque morreram (5) ou casaram quando os maridos já não eram reis (3).
- 9 nunca estiveram em Portugal.
- 1 foi repudiada uma: D. Matilde de Bolonha, primeira mulher de D. Afonso III. - - 2 não se consumaram dois matrimónios: O de D. Afonso v com D. Joana de Castela, a Excelente Senhora e o de D. Afonso VI com D. Maria Francisca de Sabóia. 
- 1 foi coroada rainha depois de morta: D. Inês de Castro, segunda mulher de D. Pedro I 

 FORAM REGENTES OU ESTIVERAM ENCARREGUES DO GOVERNO DE PORTUGAL, 9 RAINHAS: 
- D. Teresa de Leão, mulher do conde D. Henrique, na menoridade de seu filho, D. Afonso Henriques, 1114-1128. 
- D. Beatriz de Gusmão, segunda mulher de D. Afonso III, na menoridade de seu filho, o rei D. Diniz, 1279. 
- D. Leonor Telles de Menezes, mulher de D. Fernando I, governadora e regedora do reino da ausência de sua filha, D. Beatriz, mulher do rei D. João I de Castela, 1383. 
 - D. Leonor de Aragão, mulher de D. Duarte I, na menoridade de seu filho, o futuro rei D. Afonso V, 1438-1439 (regência disputada pelo Infante D. Pedro, filho de D. João I, 1439-1448). 
- D. Leonor de Lencastre, mulher do príncipe D. João, que foi depois o rei D. João II, filho de D. Afonso V, na ausência do sogro e do marido, na guerra, 1476. E, já rainha, durante a doença de seu marido. E, ainda depois de viúva, na ausência de seu irmão, o rei D. Manuel I. 
- D. Catarina d'Áustria, mulher de D. João III, na menoridade de seu neto, o rei D. Sebastião I, 1557-1562. 
- D. Luiza de Gusmão, mulher de D. João IV, durante a doença de seu marido, 1643. E durante a menoridade de seu filho, o rei D. Afonso VI. 1656-1662.
- D. Mariana d'Áustria, mulher de D. João V, durante a ausência de seu marido, em 1716, e durante a doença do mesmo em 1742-1750 
- Rainha D. Mariana Victoria de Bourbon, mulher de D. José I durante as doenças de seu marido, 1758, 1776-1777.

TAMBÉM FORAM REGENTES DE PORTUGAL AS PRINCESAS: 
- D. Joana (santa Joana), filha de D. Afonso V, na ausência de seu pai, 1471. 
- D. Catarina de Bragança (Rainha da Grã-Bretanha), filha de D. João IV de Portugal e viúva de Carlos I de Inglaterra, durante a ausência de seu irmão, o rei D. Pedro II, em 1704 e durante a doença do mesmo, em 1705.

EDUCAÇÃO DA MULHER NA IDADE MÉDIA E RENASCIMENTO

Casta Susana

A percepção das mulheres como inferiores ao homem, necessitando de vigilância masculina, remonta no Ocidente à Antiguidade Clássica e intensificou-se com o Velho Testamento, o livro sagrado das três principais religiões monoteístas, com as suas sociedades patriarcais de há mais de três mil anos. Concepção reforçada pelos evangelistas misóginos e temerosos da influência e poder das mulheres. 
A educação da mulher, como esposa, mãe e filha, devia  extirpar os seus "vícios" e "danos" e colmatar a sua inferioridade natural para justificar a sua total submissão  ao homem e ausência de direitos. A castidade era a principal prenda e virtude sobretudo para as princesas e rainhas, seguida da obediência.

   Silêncio ou diminuta visibilidade da "expressão" feminina em épocas passadas, em que grande parte das informações sobre a sua vida e atitudes são indirectas, quase todas testemunhos de origem masculina e muito contraditórias, na maior parte dos casos, restringidas aos grupos sociais mais influentes e poderosos, com argumentos, mesmo extremos, nomeadamente os que acentuavam os "vícios" e "malefícios" atribuídos à mulher. 

Ao mesmo tempo e em contracorrente aparecem, nos finais do século XV e inícios do século XVI, de obras em defesa das mulheres, em particular das "ilustres", mencionando a importância da educação feminina, embora apenas na formação das princesas e grandes senhoras, que seriam espelhos das outras.

Alguns autores apontam as obras misóginas clássicas que, em vez de dar a mão às mulheres , lhes deram com os pés: em vez de as instruírem e ensinarem, escolheram repreendê-las e vituperá-las, para melhor as dominarem, como já tinham feito, entre os gregos, Eurípedes: e entre os latinos, Juvenal, e também outros poetas satíricos posteriores como Boccacio. 

Luis Vives diz na sua obra “A Educação da mulher cristã”: «Al hombre muchas cosas le son necesarias; verbigracia: la prudencia, el bien hablar, la ciencia politica, la memoria, el talento, el arte de vivir, la justicia, la liberalidad, la magnanimidad y otras cosas que sería prolijo enumerar. Si le falta alguna de éstas parece menos de culpar, con que tenga algunas. Empero en la mujer nadie busca la elocuencia, ni el talento, ni la prudencia, ni el arte de vivir, ni la administración de la República, ni la justicia, ni la benignidad; en suma: nadie reclama de ella sino la castidad, la cual, si fuere echada de menos, es igual que si al hombre le faltaren todas. La castidad en la mujer hace las veces de todas las virtudes.»

 NOBRES, INFANTAS, PRINCESAS E RAINHAS 

 As infantas e as princesas eram os espelhos das outras, quase não tinham infância, preparadas desde o berço para serem esposas de governantes que nunca tinham visto até ao dia do seu casamento, fossem velhos, viúvos, déspotas ou loucos, em países distantes e estranhos. Outras vezes, por tratados da aliança, foram levadas nos primeiros anos da sua infância, com as suas aias, criadas e amas, para viverem nessas cortes estrangeiros, longe da sua família, até à idade núbil (por volta dos 12 anos) para consumarem o casamento. Estudavam religião, etiqueta da corte, artes como bordados, dança e música, aprendiam latim e outras línguas, como o espanhol ou o francês, assim como ciências, política e governação se tivessem “ânimo varonil”, etc.

06/03/2021

LAS MUJERES DETRÁS DEL TRONO

Conferencia el martes 9 de marzo a las 5:00 p.m., “Las mujeres detrás del trono” 

El evento se transmitirá a través de la plataforma Zoom
Haga clic en este enlace: http://bit.ly/detrasdeltrono
ID de reunión: 914 9125 1951  |  Código de acceso: 531522

La Embajada de Portugal en Caracas conmemora el Día Internacional de la mujer con una conferencia histórica “Las mujeres detrás del trono” , a cargo de la escritora Deana Barroqueiro  

 El 8 de marzo se celebra el Día Internacional de la Mujer, un día para luchar por la igualdad, la participación y el empoderamiento de la mujer en todos los ámbitos de la sociedad. Esta es una oportunidad para resaltar los progresos realizados hacia la consecución de la igualdad de género, la consolidación de las mujeres logrando reflexionar críticamente sobre estos logros y trabajando para obtener más dinamismo global. 

Este año la Embajada de Portugal en Caracas junto con el Instituto Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, la ”Coordenação de Ensino Português no Estrangeiro” (CEPE Venezuela) y el Correio da Venezuela, han organizado esta conferencia a cargo de la escritora Deana Barroqueiro, reconocida por sus novelas históricas ambientadas en la época de los descubrimientos portugueses y el Renacimiento. Esta cita con la historia contará con la introducción del embajador de Portugal Carlos Amaro y el profesor Rainer Sousa coordinador de la Enseñanza de la Lengua Portuguesa del Instituto Camões. 

Deana Barroqueiro es autora de numerosas novelas y cuentos inspirados en personajes reconocidos de la historia. Su minuciosa investigación la lleva a recrear con gran detalle los entornos donde se desarrollan las historias, haciendo que sus lectores viajen en el tiempo y el espacio y vean lo que veía el aventurero, observar la extrañeza de lugares y costumbres, sufrir la misma sorpresa y miedo de los héroes, escuchar los mismos sonidos, oler y saborear los mismos manjares. "Los hombres en lugar de dar la mano a las mujeres, les dieron el pie: no instruyéndolas ni enseñándolas sino adoctrinándolas y vituperándolas”. (Juan Justiniano) 

Sobre la conferencia Deana nos comenta: 
“En pleno siglo XXI, cuando entramos en la tercera década del tercer milenio, en que se son enviadas sondas a Marte, pareciera bizarro que aún estemos hablando de sociedades misóginas, déspotas y paternalistas y de una continua lucha de las mujeres por sus derechos, en particular el de la igualdad ante los hombres con quienes comparten el mundo. Durante milenios, y en muchas sociedades, las mujeres fueron y aún siguen siendo consideradas inferiores a los hombres, los cuales pueden disponer de ellas conforme les plazca, maltratándolas, confinándolas al hogar, a los trabajos domésticos y a las principales funciones de esposas y madres. Representadas por varias religiones como encarnaciones del pecado, seres débiles, sujetos a tentaciones y capaces de todas las perfidias, las mujeres tendrían que ser siempre vigiladas y sujetas a los hombres – padres, esposos, hermanos u otro pariente masculino cercano -, desde su nacimiento hasta su muerte, a menos que eligiesen el convento. Se trata de un destino común a todas las mujeres, con muy raras excepciones, aún en las clases más altas, lo que incluye a las princesas y reinas. En Portugal algunas de estas esposas e hijas de reyes supieron operar en las sombras del trono, influyendo y cambiando el curso de la historia. Otras arriesgaron su destino rebelándose y pagaron un precio muy alto por esa osadía, como, de hecho, les contaré, si desean tener paciencia y la bondad de escucharme.” 

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