09/08/2014

A hidra

por BAPTISTA-BASTOS - DN 06 agosto 2014



BAPTISTA-BASTOSUm espectro percorre Portugal: é o espectro da pobreza, da miséria moral, da fraude, da mentira, do embuste, da indecência, da ladroagem, da velhacaria. Este indecoro do BES foi o destapar do fétido tacho da pouca-vergonha. Os valores mais rudimentares das relações humanas pulverizaram-se. Já antes haviam sido atingidos por decepções constantes daqueles que ainda acreditavam na integridade de quem dirige, decide, organiza. Agora, o surto alcançou a fase mais sórdida. Creio que, depois de se conhecer toda a extensão desta burla, algo terá de acontecer. Com outra gente, com outros padrões, não com estes que se substituem, num jogo de paciências cujo resultado é sempre o mesmo. Mas esta afirmação pertence aos domínios da fé, não aos territórios das certezas.

O Dr. Carlos Costa revelou ter avisado a família Espírito Santo de que ia ser removida. Na TVI, Marques Mendes, vinte e quatro horas antes, anunciara o cambalacho. Já destituído, Ricardo Salgado e os seus estabeleceram três negócios ruinosos para o banco, abrindo o buraco da vigarice para quase cinco mil milhões de euros. Quem são os outros cúmplices, e quais as razões explicativas de não estarem na cadeia?

Enquanto o País mergulha num atoleiro, o Dr. Passos nada o crawl, com esfuziante aprazimento, nas doces águas algarvias. Há dias, afirmou que os contribuintes não serão onerados com as aldrabices dos outros. Mas já foi criado um chamado Fundo de Resolução, com dinheiro procedente, de viés, do nosso próprio dinheiro, embuçado na prestação de um grupo de bancos. Quanto ao extraordinário Dr. Cavaco, o reconhecimento generalizado da sua inutilidade como medianeiro de conflitos, e conivente com o que de mais detestável existe na sociedade portuguesa, converteu-se num lugar-comum.

Foi o "sistema" que criou esta ordem de valores espúrios. Este poder dissolvente fez nascer, por todo o lado, a ideia do facilitismo, oposta às regras da convivência que estruturaram os princípios da nossa civilização, dando-lhe um sentido humano. Tudo é permitido, e esta noção brutal, inculcada por "ideólogos" estipendiados ou fanatizados concebeu as suas próprias regras. A impunidade nasce do "sistema", e Salgado é o resultado, não a causa, o resultado de um aproveitamento imoral estimulado pelas fórmulas dessa ordem de valores. Surpreendemo-nos com o comportamento de quem assim foi educado, porém temos de estudar e de analisar aquilo que os explica.

O "sistema", em cuja origem está a raiz do mal, não carece de "regulação", exactamente porque a "regulação" nada resolve e apenas prolonga a crise sobre a crise. O capitalismo sabe e consegue simular a sua própria regeneração. Mas é uma hidra que se apoia em referências na aparência inexpugnáveis, realmente falaciosas. Enfim: o nosso dinheiro está à guarda de ladrões.

06/08/2014

Os Portugueses Pioneiros da Globalização

Esta SEXTA-feira, 8 de Agosto, 21h30
na Casa do Fauno - Sintra 
Palestra por Deana Barroqueiro

Entrada Livre
Foto: Esta SEXTA-feira, 8 de Agosto, 21h30
Palestra: Os Portugueses, Pioneiros da Globalização
com Deana Barroqueiro

Entrada livre!

Portugueses dos Séculos XV e XVI – fidalgos e plebeus, navegadores e corsários, aventureiros e mercadores, estrategas militares e diplomatas, homens das Ciências, das Letras e das Artes, bem como mulheres sem nome mas de igual coragem –, numa espantosa odisseia de Descobrimento, desbravaram novos mundos em mares desconhecidos, carregando no bojo das suas naus (as mortíferas “prisões do mar”), não apenas mercadorias, mas sobretudo novos saberes, técnicas, costumes, ideias, crenças, linguagens e mesmo a escrita, que levaram aos quatro cantos do mundo e trocaram com os mais diversos povos do planeta, concretizando a primeira grande globalização da Idade Moderna.
Fernão Mendes Pinto, protagonista do romance O Corsário dos Sete Mares, de Deana Barroqueiro, encarna como nenhum outro aventureiro, as melhores características do português do Período dos Descobrimentos, ao explorar durante 20 anos, o Oriente longínquo – Malaca, Sião, Java, Samatra – sendo pioneiro no conhecimento da China e do Japão.

São histórias desta tremenda epopeia que a escritora quer narrar, através de mapas e objectos oriundos da “Pestana do Mundo”, numa conversa despretensiosa com os amigos da Casa do Fauno.
Queridos amigos e amigas, se forem passear e jantar a Sintra e vos apetecer ouvir-me contar histórias, no ambiente muito familiar e ao mesmo tempo mágico da Casa do Fauno, venham passar o serão connosco.

Vai ser a minha primeira acção ainda em convalescença, mas espero estar em forma, porque falar das minhas personagens reais dá-me um alento fantástico e eu transformo-me em aventureira, espia e navegadora. Fico à vossa espera, com muita vontade de rever os conhecidos e de conhecer novos amigos.

Resumo da palestra:

Portugueses dos Séculos XV e XVI – fidalgos e plebeus, navegadores e corsários, aventureiros e mercadores, estrategas militares e diplomatas, homens das Ciências, das Letras e das Artes, bem como mulheres sem nome mas de igual coragem –, numa espantosa odisseia de Descobrimento, desbravaram novos mundos em mares desconhecidos, carregando no bojo das suas naus (as mortíferas “prisões do mar”), não apenas mercadorias, mas sobretudo novos saberes, técnicas, costumes, ideias, crenças, linguagens e mesmo a escrita, que levaram aos quatro cantos do mundo e trocaram com os mais diversos povos do planeta, concretizando a primeira grande globalização da Idade Moderna.
Fernão Mendes Pinto, protagonista do romance O Corsário dos Sete Mares, de Deana Barroqueiro, encarna como nenhum outro aventureiro, as melhores características do português do Período dos Descobrimentos, ao explorar durante 20 anos, o Oriente longínquo – Malaca, Sião, Java, Samatra – sendo pioneiro no conhecimento da China e do Japão.

São histórias desta tremenda epopeia que a escritora quer narrar, através de mapas e objectos oriundos da “Pestana do Mundo”, numa conversa despretensiosa com os amigos da Casa do Fauno. Deana Barroqueiro - Romancista e Deana Barroqueiro.

Morada da Casa do Fauno:
Quinta dos Lobos, 1, Caminho dos Frades (a 400 m da Quinta da Regaleira, Sintra)
Coordenadas GPS: 38º 47.883 N – 9º 23.941 W

Como chegar à Casa do Fauno a partir de Sintra?

1. Vá até ao Centro da Vila de Sintra
2. Siga na direcção da Qta. da Regaleira / Seteais
3. Perto da porta principal da Qta. da Regaleira vire à direita (passando em frente à Qta. do Relógio) e entre na Rua da Trindade (que tem um sinal com a indicação de “rua sem saída”) – A partir daqui já poderá encontrar placas com a indicação “Casa do Fauno” e “Ishtar – Artes Mágicas”
4. Siga em frente durante cerca de 400 metros, chegando ao Caminho dos Frades
5. Quando vir a bifurcação da “Fonte dos Amores” continue pela direita e, cerca de 10 metros à frente, à sua esquerda, encontrará o portão da Quinta dos Lobos, onde se situa a Casa do Fauno e a loja Ishtar – Artes Mágicas (assim como o Almáa Sintra Hostel) Entre e encontre-nos à sua esquerda!