HISTÓRIA DOS PALADARES II - PERDIÇÃO
pelo gastrónomo Virgílio Nogueiro Gomes
«Chegou! Exclamei de imediato quando me bateram à porta para entregar este livro que tive a oportunidade de ler de forma repetida. Pois, a autora tinha-me pedido para escrever o «Prefácio». Aqui estou, suspeito que sou, a fazer o elogio do livro e da sua autora. Para lerem o que escrevi para o primeiro volume é só clicar AQUI.
Permito-me transcrever partes do prefácio:
Da sua «Carta o Leitor» podemos ler o que sintetiza bem este livro: «Ao volume da Perdição, interessa menos a satisfação das carências alimentares e o acto de comer para sobreviver do que a culinária como conceito estético e, sobretudo, a gastronomia, enquanto ramo do saber elevado à categoria de arte, portanto, produto de civilização. … procurei explorar o lado simbólico, ideológico e artístico da alimentação, condimentando-o com o sal e pimenta das minhas memórias, emoções e paixões.»
A mim apete-me escrever que vai muito para além do sal e da pimenta, e acrescenta, de facto, com tantas especiarias da pimenta à noz-moscada, e das ervas aromáticas do coentro ao alecrim. A sua escrita é muito pessoal, e muito completa!
Com este livro a autora dá a volta ao mundo e à sua história utilizando sempre títulos e subtítulos a despertar a curiosidade. Andando pelo oriente e descobrir o paralelismo entre as nossas ricas e valorosas sopas-secas e a «Sopa Seca de Macau».
A feliz e especial escolha de títulos e subtítulos é uma permanente e arrojada descoberta. Por exemplo com o título de «Paladares Místicos» um subtítulo que parece uma proposta de reflexão: «O milagre é acreditar nele». Ora um tema que continua a despertar muitas discussões, a começar pelo conceito de pecado, e depois a complexidade da resolução. A fé ou a crença de acreditar parece ser o melhor remédio…
Ou os «Paladares Virulentos» onde se podem imaginar tantas mortes acidentais, e outras programadas da História, dando-nos de seguida uma atrevida receita de «Amanitas com Ovos de Codorniz Escalfados», seguramente para não morrer, mas consolar de prazer.
A autora, com o seu estilo próprio, faz-nos viajar em permanência. Vai ao passado e regressa num ápice à realidade. Está em Portugal como rapidamente está em qualquer parte do mundo. A dimensão dos seus registos em relação à alimentação é invulgar.
Soube, entretanto, que haverá um terceiro volume, para nosso contentamento e aprendizado. A minha curiosidade está já desperta para o novo e terceiro volume. Será inquestionável o valor da obra no seu todo. Também por isso temos que dizer à autora, e proclamar: BEM HAJA! Este é um livro que seguramente recomendarei aos meus alunos.
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