03/08/2017

Incêndios: Colónia de grifos nas Portas de Ródão reduzida a metade

José Lagiosa
A principal colónia de grifos que estava no monumento natural de Portas de Ródão, no concelho de Vila Velha de Ródão, ficou reduzida a menos de metade após o incêndio, disse hoje a Quercus à agência Lusa.
“Infelizmente, foi tudo destruído. A principal colónia [de grifos] ficou reduzida a menos de metade, com 11 ou 12 casais. Há ainda outras colónias mais pequenas que desapareceram. Desapareceram ainda um casal de abutre do Egito, dois de cegonha preta, vários de bufo real e depois todo um conjunto de outros animais que foi afetado”, afirmou Samuel Infante, da Quercus.
Apesar de a fauna ter sido bastante afetada pelo incêndio que lavrou na semana passada em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, e que afetou o monumento natural de Portas de Ródão, o ambientalista sublinha que, apesar de grave, há capacidade de mobilidade e a sua regeneração é mais fácil.
Contudo, ao nível da flora, voltou a sublinhar que os zimbrais existentes nas Portas de Ródão, únicos no país, ficaram praticamente destruídos: “Vão
levar 200 anos a recuperar”.
Os ambientalistas estão ainda preocupados com a chegada das primeiras chuvas, uma vez que as cinzas impermeabilizam muito os solos.
“Vamos ver se não vai haver ali enxurradas, se não vai haver deslizamentos”, frisou.
A agência Lusa enviou, por escrito, no dia 27 de julho, um conjunto de questões ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entidade responsável pela gestão do monumento natural de Portas de Ródão, mas, até ao momento, não obteve qualquer resposta.
*Lusa / Foto: Eduardo Realinho

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