19/07/2024

Malga de Vinho By Siza Vieira - Beber vinho tinto na malga! Uma tradição...

 
 Voltando à "Malga do 3º Milénio", que eu baptizei e cuja história escrevi, Marc Barros apresenta-a assim na Revista Vinhos (16. 07. 24): 

«O objectivo do promotor do projecto Quinta da Pacheca é destacar a portugalidade do objecto e do consumo de vinho. Tantas e tantas vezes associada ao consumo de vinho verde tinto, especialmente nas tascas e tabernas, a Quinta da Pacheca decidiu reinterpretar a tradicional malga de vinho. Para o efeito, pediu ao arquitecto Siza Vieira para abordar este objecto, de cariz eminentemente etnográfico, dotando-o de um novo design. 

O objectivo é trazer a malga para os tempos modernos e ainda, de acordo com Paulo Pereira, sócio e proprietário da Quinta da Pacheca, destacar “a portugalidade” da malga enquanto utensílio de consumo de vinho, capaz de “estar nas mesas dos melhores restaurantes Michelin”, de ser destacado “nas embaixadas portuguesas espalhadas pelo mundo”, com a vantagem, ainda, de ser “um produto de cerâmica 100% português”. 

A malga desenhada por Siza possui um diâmetro de bordo de aproximadamente 13 centímetros e sete centímetros de altura. Na apresentação da malga, que decorreu na Quinta da Pacheca, Álvaro Siza Vieira destacou que, “não podia fazer mais uma, igual às demais. Pensei, acima de tudo, nos aspectos funcionais, aqueles que permitem segurar bem uma malga. O design baseou-se, pois, na utilidade do objecto”, referiu. Nesse aspecto, a malga destaca-se por ostentar quatro pequenas reentrâncias circulares que permitem maior aderência. 

Para além de pretender oferecer a experiência de beber vinho numa malga no sentido de relevar tradições ancestrais, a componente histórica e secular deste objecto de vários usos foi destacado pela investigadora e autora Deana Barroqueiro, autora da obra em três volumes História dos Paladares. De acordo com esta académica, a malga, ou tigela, é um objecto que chegou aos nossos dias vindo do tempo da presença romana em território ibérico. 

A comprová-lo, a recentíssima descoberta de uma malga em barro, com os restos fossilizados de um pássaro – correspondendo, portanto, a uma oferenda ou sacrifício – em Miróbriga, Santiago do Cacém, pela equipa do historiador e arqueólogo José Carlos Quaresma. 

Esta malga de Siza Vieira pode ser adquirida nos canais de venda da Quinta da Pacheca e em algumas das garrafeiras por 14,95 euros/unidade ou um package com duas malgas, por 29,90 euros.» 

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