27/09/2010

Galerias Romanas da Rua da Prata

Vou morrer sem as ver!

Há anos que tento, em vão, visitar estas catacumbas da Rua das Prata, mas, mesmo indo de manhã, as bichas são imensas, o que implica estar horas de pé, a avançar a passo de caracol, provação impossível para a minha idade e péssimo estado da minha ossatura.
Abriu durante três dias - sexta, sábado e domingo passados - mas, antes do meio-dia de Sábado já tinham fechado a fila, que chegava ao Rossio, embora a última visita fosse às 17.30 h. Eu e o meu marido desistimos, com um sentimento de grande frustração. Morreremos sem as ver...

Abre apenas uma vez por ano. Bem sei que é tarefa difícil, permitir o acesso ao local, porque é necessária a intervenção dos bombeiros que têm de esgotar a água que invade todo aquele espaço. Mas, não seria possível mostrá-las, ao menos duas vezes ao ano?
Podiam cobrar bilhete, como em qualquer museu ou local arqueológico, permitindo a mais portugueses e a muitos estrangeiros, que não se importariam de pagar, visitá-las.

Para nos consolarmos da nossa frustração, fomos dar um passeio por essa bela colina de Lisboa que vai da Igreja da Madalena até à Sé, de que tanto tenho falado nos meus romances. Visitei de novo a Igreja da Madalena, passei pela Rua das Pedras Negras onde vivia o astrónomo e físico de D. João II, D. Rodrigo, dito das Pedras Negras, em cuja casa Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva estudaram os mapas e itinerários para a sua viagem à Etiópia e Índia.

Espreitámos as escavações do Teatro Romano, que me pareceram estar no mesmo estado (parado) de há alguns anos. Há tanto dinheiro para construção de "elefantes brancos" como estádios de futebol desnecessários (que têm de ser demolidos, poucos anos depois da sua inauguração, por estarem às moscas e darem prejuizo) e para preciosidades do nosso património cultural, que poderiam gerar grandes receitas no turismo, não se consegue financiamento. Políticos incultos e medíocres fazem o país e a população à sua própria (estreitíssima) medida.

Terminámos o nosso passeio nos claustros da Sé, que nunca deixam de me impressionar pela sua beleza, apesar das escavações das ruínas arqueológicas, escondidas no solo deste país que é riquíssimo em memórias de todas as épocas e que devia ser um dos mais notáveis da Europa em vez de vir na sua cauda.

Deste passeio me veio o desejo de vos dar o meu conto "Memórias de Estalo" que aqui postarei em breve, se vir que há interesse da parte dos meus leitores .
Com um beijo fraterno
Deana

2 comentários:

Mr. Nonsense disse...

compreendo perfeitamente o que sente.
Ando há muito tempo a tentar visitar o panteão nacional na igreja de Santa Cruz e seja pelo horário (2 vezes por mês à quarta-feira às 15h - normalmente estou a trabalhar) seja porque ou não há visitantes suficientes ou há a mais (minimo de seis máximo de vinte e cinco) com pré-marcação o certo é que ainda não consegui lá ir... e não sei se alguma vez vu conseguir...

Avó Ofélia disse...

Olá Deana
Aqui estou à espera do conto "Memórias de Estalo"...
beijinhos