21/06/2014

Testes de DNA contra o tráfico de marfim

Togo adota alta tecnologia para proteger os elefantes africanos

O governo do Togo adotou a prática de submeter a exames de DNA as presas de elefantes apreendidas. O objetivo é coordenar a luta contra o tráfico de marfim e desmantelar as redes de caça ilegal tanto no país, que é um dos centros de comércio de marfim na África, como em outras regiões do continente.
 
As autoridades togolesas fizeram várias apreensões desde que países asiáticos as alertaram para a detecção de significativas quantidades de marfim procedentes de Lomé. Entre agosto de 2013 e janeiro de 2014 foram apreendidas 4,5 toneladas e 18 pessoas foram detidas, segundo o ministro de Segurança e Proteção Civil, Yark Damehame.
Togo intensifica esforços para combater o tráfico de marfim Foto: Emile Kouton/AFP
Togo intensifica esforços para combater o tráfico de marfim
Foto: Emile Kouton/AFP

“Uma equipe de especialistas locais, apoiada pela Interpol, fez exames de DNA em 200 presas apreendidas em 2013 e 2014″, explicou o comissário de polícia e chefe do escritório da Interpol em Lomé, Charles Minpame Bolenga. “Os exames são feitos em um laboratório de Washington [Estados Unidos]“.

Segundo Bolenga, os resultados permitirão à polícia togolesa conhecer a origem das presas e a idade dos elefantes. Os primeiros exames revelaram que a carga apreendida em 2013 “procedia de elefantes do oeste e do centro da África e que a maioria era muito jovem”.

De acordo com o comissário de polícia, o governo ainda aguarda os  resultados dos exames feitos no material apreendido em janeiro. “Compartilharemos a informação com todos os países envolvidos para que possam proteger seus elefantes. Agora essa é a única forma de levar esta luta de forma eficaz”, ressaltou Bolenga.

A convenção sobre o comércio internacional de espécies em risco de extinção proibiu o comércio de marfim em 1989. Mas o tráfico continua devido à forte demanda existente no Oriente Médio e na Ásia, onde as presas de elefante são usadas para a fabricação de objetos decorativos e como ingrediente da medicina tradicional.

Segundo ambientalistas, em 1900 havia 10 milhões de elefantes, em 1990 caiu para 1,2 milhão e hoje restam apenas 500 mil. A cada ano morrem entre 22 mil e 25 mil animais, uma média de 60 por dia. De acordo com a organização que zela por eles, 20% dos elefantes africanos podem desaparecer na próxima década se a caça ilegal se mantiver no ritmo atual.

Agência France Presse

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