Será que o holocausto, sofrido pela geração dos avós e pais, não ensinou nada aos actuais israelitas?
Talvez porque a maioria não sofreu na pele esses horrores, não se coíbem agora de reproduzir os actos dos nazis nas expulsões dos palestinianos das suas casas e territórios (em Gaza há 2 milhões de palestinianos encerrados num território do tamanho do concelho de Sintra), metê-los em guetos murados e campos de refugiados (campos de concentração) ou bombardeá-los com fogo desproporcionado, que destrói e mata indiscriminadamente, perante a hipocrisia dos países seus aliados europeus e americanos. Segue o testemunho de Manuel Rosendo, jornalista da Antena 1 - RTP:
«E a Palestina tem direito a quê?
O Presidente dos EUA, Joe Biden, falou ao telefone com o PM israelita, Benjamin Netanyahu. Disse depois que Israel tem o direito de se defender. Já sabíamos: Israel, como qualquer país, tem o direito de se defender. O que Joe Biden deveria ter incluído na sua mensagem - até para se demarcar da escola de Trump - é o direito que reconhece, ou não, aos palestinianos. Os palestinianos não têm direito de defesa?
Repor a verdade na sequência dos factos também é importante:
Na origem desta onda de violência está a brutalidade israelita contra os palestinianos que celebravam o fim do Ramadão na esplanada das Mesquitas e a ameaça de despejo de famílias palestinianas de Sheikh Jarrah, Jerusalém Oriental. Foi o Hamas que respondeu aos ataques israelitas, não foi Israel que respondeu aos ataques do Hamas.
E há ainda uma pergunta que sempre fica fora dos debates, mas é o "pecado original" do conflito: um povo sob ocupação, a que defesa tem direito? Deve fazer o quê? Aceitar e calar?
Esperar apoio de uma "comunidade internacional" com discursos bonitos, apelando à paz e ao calar das armas, mas nada faz para garantir que a Lei Internacional e as resoluções da ONU sejam cumpridas?
Um alerta: que ninguém tresleia estas palavras e veja nelas um apelo à violência.»
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