02/02/2014

Christie's explica que venda de 'Mirós' "causa estrondo"

Deputados ouvem autores da petição pelas obras de Miró 
Vender ao mesmo tempo as 85 obras de Joan Miró, que pertenceram ao banco BPN, "causa um grande estrondo" no mundo da arte e atrai mais interesse mundial, garantiu um diretor da leiloeira Christie's à agência Lusa.

 Olivier Camu, diretor internacional e vice-presidente do departamento de Arte Moderna e Impressionista, disse que esta é a melhor estratégia para valorizar a coleção, cujas receitas vão reverter para o Estado português, proprietário dos quadros desde a nacionalização do antigo Banco Português de Negócios (BPN), em 2008.
"É possível ver Mirós em leilão com regularidade. Neste caso, as 85 obras causam um grande estrondo no mercado. Chamou a atenção de muitas pessoas por causa disso. Se tivesse sido repartido em pequenas partes perder-se-ia a magia da história e o fôlego da coleção", afirmou.
O perito está também convencido de que o número de obras em leilão criará um efeito de "embalo" para as obras menos valiosas e conhecidas: "Algumas pessoas que não conseguirem comprar as mais caras farão consequentemente licitações nas mais pequenas".
A estrela do lote é "Femmes et oiseaux" ("Mulheres e Pássaros"), de 1968, um óleo sobre tela avaliado entre quatro e sete milhões de libras (cerca de 4,8 milhões a 8,5 milhões de euros), no qual se observam as influências que Miró trouxe de um período que passou no Japão.
Olivier Camu valoriza, no entanto, igualmente, "obras menos importantes, que se destinarão a coleções particulares de pessoas com menos posses, que são as obras de papel dos anos 1960 e 1970, muito minimalistas de caligrafia asiática".

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